O mercado brasileiro volta a operar hoje se ajustando aos últimos acontecimentos, após permanecer fechado na sexta passada devido ao feriado de 1º de maio. A temporada de balanços domésticos continua dando subsídios aos negócios na B3, enquanto o cenário político e as relações comerciais mundo afora chamam atenção.
Mais cedo, a Gol comunicou o adiamento da divulgação do resultado do primeiro trimestre para o dia 15 de maio por conta de um pedido de extensão de prazo pelos auditores independentes. Com isso, a empresa informou números financeiros não-auditados do período. De acordo com os dados, pelo critério antes dos acionistas minoritários, a Gol teve prejuízo líquido de R$ 2,261 bilhões no primeiro trimestre.
O Ebitda teve alta de 51% na comparação anual, para R$ 1,439 bilhões. A receita operacional líquida foi de R$ 3,147 bilhões, queda de 2% em 12 meses. A demanda recuou 6,4%, e a oferta de assentos, 4,4%. A taxa de ocupação total da Gol caiu 1,7 ponto porcentual, para 79,8%.
No comunicado, a Gol afirma que o primeiro trimestre caminhava para “resultados recordes até meados de março”, mas que com a Covid-19, o trimestre se deteriorou com rapidez. Para o segundo trimestre, a empresa prevê queda de 70% na receita na comparação anual, e margem Ebitda recorrente de 6%, ante 25,9% um ano antes.
A Klabin também informou ter registrado prejuízo de R$ 3,17 bilhões no primeiro trimestre de 2020. O resultado foi impactado pelo efeito negativo da variação cambial na dívida da companhia. O resultado financeiro sofreu um impacto negativo de R$ 5,49 bilhões com desvalorização cambial.
No trimestre, a receita da empresa cresceu 4% para R$ 2,98 bilhões e o Ebitda ajustado subiu 2% para R$ 1,03 bilhão.
Ainda na B3, hoje começa a vigorar a nova carteira teórica do Ibovespa, com validade entre maio e agosto, que tem ajustes importantes. O Ibovespa operava com queda de 3%, aos 78.391 pontos, com pouco mais meia hora de pregão.
O principal índice acionário da Bolsa de Valores do Brasil acompanha o recuo nas principais praças europeias e os índices futuros de Nova York, reagindo a crescentes tensões entre Estados Unidos e China sobre a origem da pandemia de coronavírus e a dados fracos de atividade industrial na zona do euro e Alemanha.
Ontem o presidente americano, Donald Trump, disse acreditar que um erro cometido da China foi a causa da disseminação da doença e afirmou que não vai reduzir mais tarifas nas relações comerciais com o país asiático, mesmo após os acordos firmados antes da pandemia de Covid-19. Na agenda, tem o índice ISM das condições empresariais de Nova York e o PMI de serviços global.
No mercado de câmbio, as crescentes tensões entre Estados Unidos e China impulsionam o índice DXY, que mede as variações da moeda americana em relação a outras seis divisas principais, enquanto o dólar opera misto ante moedas emergentes ligadas a commodities, após o fechamento sem direção única na sexta-feira, dia de feriado no Brasil. O mercado de câmbio local deve ajustar-se ao exterior em meio ao agravamento da crise sanitária e política interna. Por volta de 10h30, o dólar comercial registrava alta de 1,84% em relação ao Real, cotado a R$ 5,5880.