O mercado interno ainda repercute notícias consideradas desfavoráveis à confiança dos investidores, sobretudo no que diz respeito aos quadros fiscal e político, ao mesmo tempo que os resultados do primeiro trimestre continuam a dimensionar os impactos da pandemia da Covid-19 sobre a atividade econômica no período. Lá fora, o movimento é moderado, já que o petróleo opera em ritmo fraco.
Dentro da temporada de balanços, destaque para o setor de telefonia com a divulgação de resultado de Telefônica e TIM Brasil. A primeira registrou lucro líquido de R$ 1,153 bilhão no primeiro trimestre, queda de 14,1% em um ano, enquanto o Ebitda teve avanço de 3,4%, para R$ 4,507 bilhões. Já a TIM lucrou R$ 164 milhões entre janeiro e março, alta de 8,3% em um ano, impulsionada pelo controle de custos e despesas e pelo aumento das receitas com serviços móveis e com a banda larga TIM Live.
Por outro lado, a partir da segunda metade de março, a TIM começou a sentir os efeitos da Covid-19 sobre suas operações de forma mais acentuada na redução das recargas no segmento pré-pago e no faturamento com a venda de aparelhos e acessórios.
No setor de energia, atenção para as discussões sobre o plano de socorro ao setor. O governo quer separar os custos envolvidos na operação para evitar que a conta fique toda com os consumidores. A proposta é dividir o que seria pago pelas distribuidoras e o repasse às contas de luz. A inadimplência é um dos itens que entra nessa conta.
A ideia é reduzir o valor bancado pelo consumidor para até R$ 5 bilhões. As distribuidoras, que ficariam com uma conta de R$ 6 bilhões a R$ 8 bilhões, não gostaram da proposta, o que levou a um impasse. Com o efeito da pandemia sobre demanda e inadimplência, elas afirmam ter direito a reequilíbrio financeiro nos contratos de concessão. Por isso, até o momento, o decreto que regulamenta a Conta-Covid não saiu.
No mercado de câmbio, o dólar volta a subir em relação ao Real, pelo quarto dia seguido, e conduz os juros futuros para cima, em meio à valorização da moeda americana no exterior, cautela com a crise política doméstica e antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), no final desta quarta, sobre a taxa básica de juros (Selic). De acordo com a Agência Estado, a expectativa do mercado é de novo corte de 50 pontos-base na Selic, para 3,25%.
Além disso, também está no radar a votação em segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 10/20, conhecida como a PEC do Orçamento de Guerra, pela Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (6). O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), convocou sessão deliberativa para 11h30.