A temporada de balanço tem uma intensa rodada hoje, com a repercussão dos resultados de grandes companhias, entre elas: Via Varejo, Grupo Pão de Açúcar, Locaweb e Movida.
O GPA, por exemplo, encerrou o primeiro trimestre com prejuízo líquido dos acionistas controladores de R$ 130 milhões, revertendo o lucro de R$ 126 milhões visto um ano antes. Segundo a varejista, o resultado foi impactado pela compra do grupo Éxito e por um maior custo de dívida. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 918 milhões, alta de 13,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Já a Via Varejo reverteu o prejuízo do primeiro trimestre de 2019 e teve lucro de R$ 13 milhões no mesmo intervalo deste ano. Sem os impactos da Covid-19, calculados pela empresa em R$ 87 milhões, o lucro líquido do período seria de R$ 100 milhões. O Ebitda, com o efeito da pandemia, teve alta de 21,8%, para R$ 621 milhões. Sem os efeitos da Covid-19, teria sido de R$ 719 milhões.
A receita líquida, de R$ 6,339 bilhões, ficou estável na comparação anual. Nessa linha do balanço, o impacto da pandemia do novo coronavírus foi estimado em R$ 608 milhões. O volume bruto de vendas (GMV, na sigla em inglês) foi de R$ 7,8 bilhões, alta de 3%. O e-commerce respondeu por 27% desse total, alta de 8 pontos porcentuais em um ano. Segundo a Via Varejo, em março, o canal online chegou a 34% do GMV.
Em nossa opinião, agilidade no digital “salvou” o resultado do primeiro trimestre, com rentabilidade e ganho de participação. A Via Varejo mostrou enorme capacidade de adaptação diante do cenário de pandemia e o efeito do confinamento, redirecionando seus esforços de venda para o canal online, que respondeu por cerca de 30% das vendas no trimestre.
A Locaweb também apresentou resultados bastante robustos, ainda que com alguns impactos da pandemia, mas em linha com nossas estimativas. A receita líquida no período cresceu 23,6%, atingindo R$ 104,5 milhões. O Ebitda da companhia, por sua vez, foi negativamente impactado por eventos não-recorrentes e maior provisionamento.
Do outro lado, a Movida informou um prejuízo líquido de R$ 114,4 milhões no primeiro trimestre de 2020, revertendo o lucro registrado em igual intervalo de 2019. Excluindo o impacto do coronavírus, o lucro ficaria em R$ 55,1 milhões, alta de 31,2% em um ano. Com os impactos da Covid-19, o Ebitda foi negativo em R$ 20,6 milhões. Ajustado pelos efeitos da pandemia, o número ficaria positivo em R$ 225,1 milhões, alta de 55,3% em um ano.
A receita líquida da Movida entre janeiro e março foi de R$ 1,011 bilhão, alta de 19,6% em um ano, e de 1,1% ante o total arrecadado entre outubro e dezembro do ano passado.