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Termômetro do Mercado: Tensão entre China e EUA limita bolsas

As principais praças ao redor do mundo registram maior aversão ao risco nesta sexta, diante da escalada das tensões entre Estados Unidos e China. Hoje, o governo chinês ordenou o fechamento do consulado dos EUA em Chengdu, após os americanos terem adotado mesma postura em relação ao consulado da China em Houston. Com isso, pode ser difícil perceber o efeito positivo de alguns indicadores com desempenho favorável, principalmente no Brasil.

Por aqui, o destaque é para a prévia da inflação em julho. De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) avançou 0,30% este mês, após ter ficado próximo da estabilidade (+0,02%) em junho. O resultado ficou abaixo do piso das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que era taxa de 0,35%, com teto de 0,58% e mediana de 0,51%.

No plano corporativo, a volta da Eneva à mesa de negociações pela AES Tietê chama a atenção dos investidores também.

Meses após retirar a primeira proposta de combinação de negócios com a AES Tietê, a Eneva enviou ontem ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dono de 28% da geradora hídrica, uma nova potencial oferta pelo ativo. O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Eneva, Marcelo Habibe, disse que a intenção é de controlar a empresa toda, conforme reportagem do Broadcast.

A nova relação de troca propõe aos acionistas da Tietê a entrega de 0,06539522 nova ação ON da Eneva para cada 0,32697609 Unit da geradora hídrica que possuem, além de R$ 1,82 por papel. O montante em dinheiro, R$ 727,890 milhões, é menor do que os R$ 2,750 bilhões propostos em março.

Já entre as ações brasileiras de tecnologia, deve repercutir hoje notícia de que Positivo foi declarada vencedora da licitação de R$ 799,9 milhões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a compra de até 180 mil novas urnas eletrônicas. O desfecho do processo foi adiado por uma guerra de recursos judiciais entre a empresa e um consórcio formado pela Diebold e pela Smartmatic. Por isso, os novos equipamentos só devem ser utilizados a partir das eleições de 2022.

Atenção também para o comportamento das ações da Celulose Irani. O papel opera com forte queda desde a abertura do pregão em reação à precificação da nova oferta de ações (follow on). O papel saiu a R$ 4,50, o que representa um desconto de 22,4% em relação ao fechamento de ontem, e houve a colocação apenas na oferta primária, de 90 milhões de ações, sem a colocação da oferta secundária. A Irani captou R$ 405 milhões, que serão aplicados na expansão da empresa.

Por volta de 10h50, o Ibovespa operava com queda de 1,40%, na casa dos 100 mil pontos. O dólar, por sua vez, registrava alta sobre o Real apoiado no cenário exterior e era cotado a R$ 5,25.