A reação do mercado logo após conhecer o conteúdo da ata do Fed, divulgada ontem, às 15 horas pelo horário de Brasília, não foi boa. O Ibovespa, que ensaiava um fechamento com uma tímida alta, recuou e encerrou em queda de 1,07%.
A informação de que o Banco Central norte-americano pensa em diminuir o ritmo de compra de títulos antes do fim de 2021 não caiu bem, principalmente porque existe conflito entre as autoridades financeiras sobre a velocidade que será feito isso. Ontem mesmo, o índice Dow recuou pelo segundo dia seguido e o S&P perdeu mais de 1%.
Hoje, a indigesta notícia para os mercados globais continua a mostrar os seus efeitos. Pela manhã, o índice Stoxx 600, com as empresas dos principais setores dos 17 países europeus, chegou a registrar perda de 2%, com todos os setores no negativo. Destaque para recursos básicos, bens domésticos e varejo.
Mas não foi só o Fed que abalou o mercado global. Os temores sobre a pressão regulatória da China continuam assombrando. Na terça, o Comitê Central para Assuntos Financeiros e Econômicos do país já havia alertado que esforços devem ser feitos para encontrar equilíbrio entre garantir crescimento econômico estável e evitar riscos financeiros. Mais: a desaceleração da atividade econômica chinesa e o avanço da pandemia de covid-19 também assustam.
As bolsas asiáticas fecharam todas em queda nesta quinta-feira. As maiores perdas foram do índice Hang Seng Index, de Hong Kong, com -2,13%, e Kospi, Coreia do Sul, com -1,93%.
Agora pela manhã, como acontece toda quinta-feira, foram divulgados os pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos. Na semana passada foram solicitados 348 mil benefícios. Na anterior tinham sido solicitados 377 mil.
Brasil
Se as bolsas de todo o mundo operam em baixa no dia de hoje e o Brasil se encontra nesse mundo, é de se esperar uma quinta-feira tensa também para o Ibovespa.
Aqui, além dos problemas que negativam o cenário internacional, temos as nossas próprias questões que reforçam uma tendência de baixa e geram insegurança para os investidores.
Para se ter uma ideia, a consultoria Eurasia, que monitora riscos globais, rebaixou a trajetória de longo prazo do Brasil de neutra para negativa, justamente por causa das incertezas sobre a política fiscal, a inflação persistente e as sucessivas crises políticas.
Em seu relatório divulgado ontem, o principal desafio da equipe econômica, a curto prazo, são os pagamentos dos precatórios que não deixariam espaço para aumentar gastos sociais e forçariam cortes nos investimentos.
Na sua projeção, a inflação deverá seguir em tendência de alta, saltando de 5,2% para 7,1% entre maio e agosto. A situação de inflação alta aumenta a possibilidade de governo e Congresso apoiarem medidas de gastos fora do limite, tendo como consequência a elevação do risco fiscal.
Últimos Balanços
A Caixa registrou lucro líquido de R$ 6,26 bilhões no segundo trimestre de 2021, o que representa alta de 36,6% em relação aos três meses anteriores e avanço de 144,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em junho, o banco fechou com saldo de R$ 816,251 bilhões em operações de crédito, incremento de 2,1% frente a março e de 13,4% em relação ao fim do segundo trimestre de 2020.
Vinci Partners
A Vinci Partners, que abriu capital na Nasdaq em janeiro, comunicou que fechou o período com lucro líquido de R$ 53,4 milhões, alta de 53% em relação ao segundo trimestre do ano passado. No semestre, o lucro totalizou R$ 100,4 milhões, também 53% a mais que o mesmo período de 2020.
Compra de ações
Nesta quarta-feira a Rede D?Or fez nova compra de ações da Alliar, Centro de Imagens Diagnósticos. Somada com as aquisições feitas na segunda e na terça, com a compra de ontem, no valor de R$ 721,95 mil, a Rede D?Or passa a ter 3,708 milhões de ações da Alliar. Um investimento total equivalente a R$ 42 milhões.
Na segunda-feira, 16, a Rede D?Or havia comunicado que o seu conselho de administração tinha aprovado a realização de uma oferta pública de aquisição, OPA, com o objetivo de comprar todas as ações ordinárias da Alliar a um preço de R$ 11,50 por ação, em um negócio que poderia chegar a R$ 1.36 bilhão.
Braskem e Nexeo
A Braskem fechou parceria com a Nexeo Plastics para distribuição de filamentos de polipropileno e pellets para a fabricação de aditivos. O acordo ampliará a distribuição internacional dos produtos da petroquímica para a América do Norte e Europa.
Vale
O Ministério Público de Minas Gerais propôs um incidente de desconsideração da personalidade jurídica da Samarco, em que solicitou que suas duas sócias, a brasileira Vale e a australiana BHP Bilinton, sejam integradas ao processo de recuperação judicial em curso. As dívidas da Samarco somam cerca de R$ 50 bilhões.
A Vale afirma não ter sido formalmente notificada da ação.
IPO
A Ambipar fez pedido à CVM de oferta pública inicial de distribuição primária de ações da sua controlada Environmental ESG Participações, que atua no segmento de soluções ambientais para a gestão e valorização de resíduos, gestão de gases do efeito estufa e créditos de carbono.
A quantidade de ações e a faixa de preço ainda serão definidas pelo conselho de administração. A oferta, que terá esforços de colocação no Brasil e no exterior, será acompanhada de pedido de adesão ao segmento do Novo Mercado da B3.
Lupo
A fabricante de meias e roupa íntima Lupo registrou na CVM, nesta quarta-feira, 18, pedido de autorização para uma oferta inicial de ações. Os recursos, segundo comunicado, serão investidos em tecnologia, distribuição e aquisições de negócios.
Vittia Fertilizantes
Na noite de ontem, a Vittia Fertilizantes informou que suspendeu por prazo indeterminado sua oferta pública de distribuição primária e secundária. Como justificativa apontou a “volatilidade e as condições adversas do mercado de capitais constatadas nos últimos dias”.
A Vittia tinha anunciado na segunda-feira, 16, a realização do IPO com faixa indicativa de preço entre R$ 8,60 e R$ 10,30.
Fundos de investimentos
Segundo a Anbima, Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiros, a captação dos fundos de investimentos bateu recorde no primeiro semestre de 2021, com R$ 206 bilhões alocados.
Os investidores têm mirado em produtos multimercados ou de ações. Em junho, 74% dos valores aplicados foram em fundos de ações e 65,2% em multimercados.
Rating JBS
A agência Standard & Poor?s elevou de estável para positiva a escala global da JBS, com classificação BB+.
No comunicado, emitido nesta quarta-feira, o próximo rating, classificado como BBB-, já caracteriza a empresa como grau de investimento. Para o mercado, uma empresa é considerada grau de investimento quando obtém essa nota em ao menos duas das três principais agências de rating. A JBS já está classificada como BBB- na Fitch desde junho.
Ticker
A partir do pregão de hoje a antiga Duratex, que passou a se chamar Dexco, muda também o seu ticker na Bolsa. De DTEX3 passa a ser negociada sob o código DXCO3.