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Termômetro do Mercado: Setembro não acabou ontem?

Outubro começa com as mesmas preocupações que encerraram setembro: pressão inflacionária, redução dos estímulos pelos bancos centrais, desaceleração econômica mundial e problemas na produção industrial da China, além das intervenções regulatórias do governo chinês em setores da economia.

As primeiras certezas desta sexta-feira, 01, vêm do mercado asiático. Hong Kong e China não abriram, devido a um feriado local. Aliás, o mercado chinês permanecerá fechado até 7 de outubro, por conta do feriado da Semana Duradoura.

Os que abriram fecharam em queda. O índice Nikkei, do Japão, recuou 2,31%, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul, perdeu 1,62%.

Nos Estados Unidos, os índices futuros oscilam. Começaram em queda e reverteram o cenário para o positivo. O principal indicador do dia por lá é a divulgação do índice de gastos pessoais, usado como referência pelo Federal Reserve para determinar suas políticas. A expectativa é que haja alta de 0,2% em agosto e de 3,5% na comparação anual.

Na Europa, as principais bolsas trabalham no terreno negativo.

Indicador divulgado agora pela manhã, apontou que a inflação na zona do euro atingiu, em setembro, sua maior máxima em 13 anos, acelerando 3,4% sobre o ano anterior. Foi o maior índice desde setembro de 2008, quanto bateu os 3,3%.

Os motivos são os conhecidos: aumento nos custos de energia, gargalos de produção e oferta.

No cenário nacional, o principal dado fica por conta do PMI Industrial relativo a setembro que será divulgado na parte da manhã, além da palestra do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre o cenário macroeconômico.

Em entrevista coletiva dada ontem, ele afirmou que não há motivos para alterar a política monetária do BC e que, apesar da instituição não comentar aspectos fiscais, é claro que os ruídos sobre o assunto geram alguma apreensão.

Durante a semana a preocupação do mercado se deu com a possibilidade de o auxílio emergencial ser estendido diante do entrave sobre a PEC dos Precatórios, o que agravaria ainda mais as contas do governo.

Aquisição

1. A Oncoclínicas assinou memorando de entendimentos para a aquisição da Unity, grupo de clínicas oncológicas com 24 unidade em 5 estados e no Distrito Federal.

O valor do acordo é de R$ 558 milhões.

2. A Unifique anunciou a compra da MKS NET SC, a TVC e a Fibramaxx, provedores de internet e ativos de fibra ótica em Santa Catarina.

Juntas, as aquisições somam cerca de 33 mil clientes, correspondente a 10% da atual base de clientes da Unifique.

3. Conforme informou ontem, a Estapar está em negociações avançadas para a compra da Zul Digital, empresa que distribui cartão azul digital via aplicativo, com operações em capitais como São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador e Curitiba.

4. Por R$ 38.454 milhões, a Neogrid comprou a Lett, empresa especializada em estratégias de venda online.

De acordo com a Neogrid, a Lett tem ferramentas de inteligência de dados em tempo real que auxiliam marcas e varejo a alavancarem suas vendas por meio de indicadores de desempenho.

Captação

1. Com o objetivo de expandir sua operação no mercado brasileiro e latino-americano, a Tembici, startup especializada em locação de bicicletas, anunciou a captação de US$ 80 milhões.

Conhecida pelas bicicletas amarelas do Itaú, uma das empresas que participou do aporte, a Tembici que aumentar em 10 mil o número de bicicletas, sendo 50% delas elétricas. Hoje ela tem 16 mil bicicletas em circulação.

2. Nesta quinta-feira, 30, o Banco do Brasil confirmou a captação de US$ 750 milhões em bonds, com vencimento em 30 de setembro de 2026 e cupom de 3,25% ao ano.

O recurso será utilizado para a recompra de dívidas seniores emitidas anteriormente, com vencimento em 2022 e cupom de 3,875% ao ano.

BRF

Por meio de fato relevante, a BRF informou ontem ao mercado que pretende recomprar 3,7 milhões de ações ordinárias, das 808,3 milhões em circulação atualmente.

Pelo fechamento do pregão de ontem, em que a ação da BRF foi cotada a R$ 27,09, a companhia terá que desembolsar mais de R$ 100 milhões.

Ultrapar

A Ultrapar apresentou aos acionistas a oferta de preferência para a subscrição de ações resgatáveis e aquisição de ações alienadas de emissão da subsidiária Oxiteno, vendida em agosto para a Indorama por US$ 1,3 bilhão.

Segundo a companhia, as transações têm que ser feitas conjuntamente. Os acionistas não podem optar por uma ou por outra.

Petrobras

Foi anunciado ontem que a Petrobras recebeu ofertas vinculantes de dois consórcios pelos campos de Albacora e Albacora Leste, com lances que podem superar US$ 4 milhões para os dois ativos.

A venda de ativos da Petrobras é uma estratégia da estatal para reduzir a dívida e concentrar os investimentos nas áreas de pré-sal.