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Termômetro do Mercado: Semana exige olhar dividido entre mercado externo e questões internas

Esta semana deve ter a atenção dividida. De um lado, o cenário internacional, com o desdobramento sobre os dados de emprego dos Estados Unidos que foram acima do esperado, podendo desencadear uma mudança de postura do Fed. Declarações do presidente da instituição podem tanto acalmar, quanto agitar o mercado.

Além disso, serão conhecidos o índice de preço ao consumidor, na quarta, e o índice de preço ao produtor, na quinta-feira, que vão oferecer uma perspectiva quanto ao atual ritmo de inflação dos Estados Unidos.

Ontem, senadores norte-americanos se reuniram para discutir a aprovação da lei que investirá US$ 1 bilhão em infraestrutura, considerada uma prioridade política do presidente Joe Biden. A votação final do projeto deve ser amanhã e, em setembro, na Câmara.

Na China, foi anunciado o índice de inflação ao produtor que subiu 9% na comparação com o ano anterior, igualando a máxima alcançada em maio. Analistas esperavam avanço de 8,8% em julho. Na comparação mensal, o índice avançou 0,5%, ante alta de 0,3% em junho.

Já a inflação ao consumidor teve leve desaceleração. Em julho, houve alta de 1,0% sobre o mês anterior, contra alta de 1,1% em junho, abaixo da meta anual do governo de 3%. Mesmo assim, o índice ficou acima do esperado por analistas, que projetavam alta de 0,8%.

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta segunda-feira. Na Europa operam de forma mista, enquanto os índices futuros americanos recuam.

O outro lado da semana

Os indicadores internacionais formam um lado a ser observado nesta semana. O outro são as questões internas que vão além dos indicadores. É grande a expectativa sobre a situação fiscal, a Proposta de Emenda à Constituição dos Precatórios, a Medida Provisória que institui o novo Bolsa Família, que passará a se chamar Auxílio Brasil, e o avanço da Reforma Administrativa.

Desses, o assunto mais sensível é a PEC dos Precatórios. Envolve R$ 90 bilhões que devem ser desembolsados do orçamento no ano que vem, desfalcando os recursos fiscais para o Auxílio Brasil.

Além disso, o mercado brasileiro deve ficar de olho na reta final da temporada de resultados. Nesta semana, estão previstas a publicação de mais de 100 balanços. Quarta e quinta-feira serão os dias mais agitados, com destaque para empresas como Eletrobras, MRA, VIA, Suzano, Azul, Magazine Luiza, Americanas, entre outras.

Por aqui, também serão conhecidos indicadores de inflação. Agora pela manhã, a Fundação Getulio Vargas, FGV, divulgou o Índice Geral de Preços ? Disponibilidade Interna, IGP-DI, que registrou alta de 1,45% em julho. Avanço de 0,11% em relação a junho.

O resultado ficou acima do esperado de 1,36% e dentro do intervalo de alta que estava entre 0,66% e 1,55%. No acumulado, o IGP-DI teve alta de 15,91% no ano e 33,35% em 12 meses.

Também foi divulgado na manhã desta segunda-feira, o Boletim Focus. Segundo relatório do Banco Central foi elevada a projeção do IPCA para 6,88% ao ano em 2021 e 3,84% para 2022.

Sobre o PIB, a expectativa de crescimento se manteve em 5,3% para este ano. Já a taxa Selic passou de 7% ao ano para o fim de 2021 para 7,25% ao ano, percentual que, segundo economistas, deve permanecer por todo 2022.

Amanhã será conhecido o IPCA e, no decorrer da semana, será lida a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária. Realizada na semana passada, a reunião elevou a taxa Selic para 5,25%.

Apesar do resultado do encontro já ser conhecido, saber o conteúdo da ata ajuda a mirar movimentos futuros do Copom sobre a política monetária brasileira. É consenso do mercado que a taxa de juros tenha altas sequenciais, chegando ao fim de 2021 entre 7% e 7,5% ao ano. A leitura da ata indicará se essa tendência faz sentido ou não.

IPO

Em assembleia de acionistas, marcada para o próximo dia 16, a Lupo, fabricante e varejista têxtil, deve aprovar o pedido de registro de companhia aberta, assim como a oferta pública inicial de ações da empresa.

Segundo o documento de convocação dos acionistas, a oferta será de papéis ordinários dos próprios sócios e de novas ações, com o objetivo de reforçar o caixa da empresa.

Reserva

Termina amanhã o período de reserva para a compra de ações da Humberg Agribrasil, empresa que compra milho e soja de grandes produtores e faz toda a logística de distribuição.

O IPO da companhia está marcado para sexta-feira, 13, sob o código GRAO3.

Debêntures

A Unidas fará a sua 21ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações. A captação foi aprovada pelo Conselho de Administração da empresa e deve movimentar R$ 1.1 bilhão. As debêntures serão de série única, da espécie quirografária, com adicional e prazo de 10 anos. Há possibilidade de elevar a quantidade de debêntures em 20%.

Aquisição

Depois de desistir de abrir capital na semana passada, justificando deterioração das condições do mercado, a Athena Saúde, por meio de sua subsidiária Hospital Bom Samaritano de Maringá, confirmou a compra do Hospital São Marcos, da mesma cidade. O valor da transação foi fixado em R$ 71.5 milhões que, segundo a Athena, representa 6,4 vezes o Ebitda dos últimos 12 meses da adquirida, que conta com uma unidade geral de média complexidade com 103 leitos, sendo 22 de UTI, 8 salas cirúrgicas e 10 consultórios.

Investimentos

A Gerdau anunciou que irá investir R$ 6 bilhões em Minas Gerais nos próximos cinco anos, com o objetivo de aumentar a capacidade produtiva, além de promover outras iniciativas em energia.

Outra empresa que anunciou investimentos para modernizar e ampliar a capacidade produtiva foi a BRF. A empresa prevê investir R$ 171 milhões nas unidades de Marau, Serafina Corrêa e Lajeado, todas no Rio Grande do Sul, além da instalação de uma nova fábrica de rações em Gaurama.