A semana reserva uma sequência de informações com o poder de alternar o humor do mercado no decorrer de seus dias e, até mesmo, no intraday.
A primeira delas já foi divulgada e vem da China. Nesta segunda-feira, o país anunciou o PIB do terceiro trimestre, que cresceu em seu ritmo mais lento em um ano.
A expectativa era um aumento de 0,5%, mas a alta foi de apenas 0,2% em relação ao trimestre anterior. O PIB anual cresceu 4,9% no terceiro trimestre, inferior às projeções de 5,2% e ao crescimento de 7,9% no segundo trimestre.
O crescimento da produção industrial anual também ficou abaixo do esperado. O mercado projetava 4,5% de expansão, mas fechou em 3,1% de alta em setembro. Já as vendas no varejo avançaram 4,4% em setembro, tendo como referência de comparação o mesmo mês do ano anterior. O dado foi acima dos 3,3% previstos. Em agosto, o índice fechou em alta de 2,5%.
Na lista dos principais vilões para o crescimento do PIB ter ficado abaixo das expectativas, que contrasta com a recuperação econômica impulsionada pela contenção do vírus e aumento das demandas no exterior por produtos manufaturados, estão: crise energética global, gargalos na cadeia de abastecimento e um mercado imobiliário instável, com a crise da Evergrande Group que permanece sem uma solução estabelecida.
Para os Estados Unidos a semana abre a primeira grande onda de divulgação de resultados das empresas no terceiro trimestre, incluindo as gigantes do setor de tecnologia. Na semana passada, que concentrou a divulgação de balanços de instituições financeiras, os mercados reagiram bem com os resultados acima do esperado.
Até o momento, 41 empresas que compõem o índice S&P divulgaram os seus resultados trimestrais, sendo que 80% delas com desempenho acima das expectativas.
Além disso, hoje também deve ser conhecido o ritmo da produção industrial norte-americana que, para alguns analistas, deve vir contida devido aos problemas na cadeia de produção.
Na quarta-feira, será divulgado o Livro Bege, que traz os dados de cada distrito que compõe o Fed. Mais uma oportunidade para confirmar as expectativas a respeito do tapering que, segundo a ata da reunião do Fomc, divulgada na semana passada, deve começar entre o fim de novembro e começo de dezembro.
Os mercados internacionais trabalham nesta segunda com humor de segunda, cauteloso e preferindo transitar no campo negativo, até agora. Isso inclui os índices futuros americanos, as principais bolsas da Europa e as asiáticas, que encerraram o pregão majoritariamente no vermelho, mas muito perto da estabilidade.
O índice Nikkei, no Japão, fechou o dia com baixa de 0,15%, Shanghai, na China, com menos 0,12%, Kospi, na Coreia do Sul, com queda de 0,28%, e Hang Seng, de Hong Kong, em alta de 0,31%.
Brasil
No cenário doméstico a semana não tem uma agenda muito intensa. Na sexta-feira, 22, começa a nossa temporada de divulgação de balanços.
Hoje, como acontece todas as segundas-feiras, o Banco Central divulgou o Boletim Focus, com a estimativa para o IPCA sendo elevada pela 28ª vez consecutiva. Foi de 8,59% para 8,69%. Há quatro semanas estava em 8,35%.
Para o PIB, que no relatório da semana passada não foi alterado, a estimativa de crescimento baixou de 5,04% para 5,01%.
Já a projeção da taxa Selic não foi alterada, permanece a expectativa que chegue ao fim de 2021 em 8,25%.
Agronegócio
O setor do agronegócio no Brasil teve superávit de US$ 8,849 bilhões em setembro, 21% maior que o mesmo mês do ano passado, que, segundo o Ministério da Agricultura, foi de US$ 7,298 bilhões. No ano, o setor acumula superávit de US$ 82,378 bilhões, 20,4% a mais do que entre janeiro e setembro de 2020.
No mês passado o Brasil exportou US$ 10,10 bilhões e importou US$ 1,25 bilhão.
Cinco setores foram responsáveis por 80,6% desse resultado: soja, 31,6%; carnes, 21,9%; produtos florestais, 11,4%; complexo sucroalcooleiro, 9,6%; e farinhas e preparações, 6,2%.
Redução do capital
Em Assembleia Geral Extraordinária da Bradespar foi aprovada a redução do seu capital social em R$ 5.26 bilhões, sem cancelamento de ações, mediante a entrega aos acionistas de ações ordinárias da Vale.
O capital será apurado após a divulgação das informações financeiras referentes ao terceiro trimestres da Vale e da Bradespar.
Amanhã, a mineradora agendou a divulgação de sua prévia operacional.
Lojas Americanas
A Lojas Americanas deve fazer uma reorganização societária combinando as bases acionárias das Americanas e das Lojas Americanas, que passaram por combinação operacional dos seus negócios.
O provável movimento é preparatório para a formação de uma nova sociedade com sede no exterior e ações listadas na NYSE e NASDAQ.
B3
A partir de 8 de novembro a B3 tem novos horários de operação devido ao fim do horário de verão nos Estados Unidos.
A abertura do pregão permanece às 10h, mas o encerramento se estende até as 18h. O after market fica suspenso, com exceção dos dias de exercício de opções sobre ações.
Os derivados e operações estruturadas sobre câmbio passam a ser encerrados às 18:30h, enquanto os principais derivados de café vão até às 16h.
Parceria
A Livetech Bahia anunciou uma nova parceria com a Huawei. O objetivo é intensificar a oferta de produtos da multinacional asiática no Brasil, que espera que sua Divisão de Digital Power alcance faturamento de aproximadamente US$ 20 bilhões em 2025.
Saraiva
O Conselho de Administração da Saraiva aprovou proposta de grupamento de ações na proporção de 35 para 1.
Votorantim Cimentos
Sem revelar o valor da operação, a Votorantim Cimentos conclui processo de compra da empresa espanhola Cementos Balboa.
Com a aquisição, a Votorantim Cimentos fica entre as dez maiores produtoras de cimento do mundo, com capacidade instalada de produção global de 57,4 milhões de toneladas.
Eztec
A Eztec somou R$ 460 milhões no terceiro trimestre deste ano em valor geral de vendas, VGV. O número é 123% maior que o mesmo período do ano passado.
As vendas líquidas foram de R$ 255 milhões no período, 23,6% menor que o terceiro trimestre de 2020.
No trimestre a construtora teve um único lançamento, localizado na zona sul da cidade São Paulo.
Investimento
Desde que a petrolífera australiana Karoon comprou da Petrobras o campo da Baúna, no pós-sal da Bacia de Santos, em outubro de 2020, o Brasil se transformou em prioridade de seus investimentos.
De início o objetivo é dobrar a produção diária de 14,6 mil barris de óleo equivalente até o início de 2023, investindo, para isso, US$ 300 milhões. Em seguida, o objetivo da companhia é expandir a empresa no país por meio de novas aquisições.