Os mercados internacionais seguem nesta sexta o movimento verificado ontem, de maior cautela por conta do avanço da COVID-19 na Europa e nos Estados Unidos. Mais cedo foi divulgado o PIB da Zona do Euro, com avanço de 12,6% no terceiro trimestre de 2020 ante o segundo, de acordo com a segunda estimativa do indicador.
Por aqui, os balanços continuam no radar. A B3 registrou lucro líquido de R$ 1,4 bilhão no terceiro trimestre do ano, número 34,4% maior que o apurado no mesmo período do ano passado. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente chegou em R$ 1,666 bilhão, aumento de 50,1% na relação anual.
Segundo explicação da operadora da Bolsa de Valores, a base de investidores de varejo cresceu 84% e atingiu 3,1 milhões de contas em setembro, o que foi decisivo para o aumento nos volumes de negociações e aumento das receitas.
A Natura &Co apurou lucro líquido de R$ 377,7 milhões entre julho e setembro, valor praticamente estável em relação ao apresentado um ano antes. Já o Ebitda do grupo ficou em R$ 1,457 bilhão, alta de 32,8%. O grupo voltou a projetar as sinergias com a Avon entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões, no período 2020/2024.
Para o nosso time de análise, os resultados da Natura &Co foram acima do esperado, com maior contribuição das unidades de negócios de maior margem, The Body Shop e Aesop, no desempenho consolidado. A oferta global de ações concluída em outubro foi fundamental para a redução da dívida em dólar e alavancagem financeira em geral, cujo efeito no resultado ficará mais evidente a partir do quarto trimestre, possibilitando melhor conversão do Ebitda em lucro líquido a partir de 2021.
A varejista C&A teve prejuízo líquido de R$ 28,2 milhões no terceiro trimestre de 2020. O resultado reverte lucro de R$ 19,1 milhões no mesmo período de 2019. O Ebitda, por sua vez, ficou em R$ 90,9 milhões, queda de 52,2% em relação ao apresentado no terceiro trimestre do ano anterior.
Cyrela e Hapvida
A construtora Cyrela registrou lucro de R$ 1,403 bilhão no terceiro trimestre de 2020, montante 13,5 vezes maior do que o lucro de R$ 104 milhões no mesmo período de 2019. O número é recorde na história da companhia, impulsionado pelos ganhos de R$ 1,153 bilhão oriundos das ofertas iniciais de ações (IPOs) das incorporadoras Lavvi, Cury e Plano & Plano.
O lucro líquido ajustado, que exclui o ganho com os IPOs, foi de R$ 250 milhões, o que representa um aumento de 140% na mesma base de comparação anual.
Na visão do nosso time de análise, a Cyrela apresentou fortes resultados no período, acima das expectativas e com geração de caixa de R$ 745 milhões, impulsionada pelo aumento das vendas principalmente de estoque pronto.
A operadora de saúde Hapvida apresentou lucro de R$ 247,8 milhões no terceiro trimestre, alta de 16,7% na comparação com o mesmo período de 2019. O Ebitda entre julho e setembro foi de R$ 512,2 milhões, marca 93,8% maior que o ano passado.
Entre os indicadores econômicos, o Banco Central divulgou na manhã desta sexta-feira seu índice de atividade econômica, o IBC-Br, referente a setembro. O indicador teve alta de 1,29% na comparação com agosto, e queda de 0,77% na comparação com setembro de 2019. Em 2020, o índice acumula queda de 4,93%.