Os mercados internacionais tentam se recuperar após as perdas significativas da véspera. Os índices futuros americanos e as bolsas europeias, incluindo o índice Stoxx 600, trabalham em alta. Nada que neutralize as quedas do dia anterior, mas avançam.
Nos Estados Unidos duas questões incomodam: uma é o financiamento do governo federal.
Com o fim do atual ano fiscal à meia-noite de quinta-feira, é grande a corrida por negociações para que se aumente temporariamente o limite da dívida do governo de US$ 28,4 trilhões, evitando assim, a paralisação de serviços públicos.
A outra situação é a inflação norte-americana. Ontem, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse ao Senado que a alta nos preços pode persistir por mais tempo do que o esperado, por conta da cadeia de suprimentos e da reabertura econômica.
Assim, cresce no mundo a percepção de que em breve, muito em breve, o BC deve começar a reduzir os estímulos à economia.
Apesar de, por ora, os mercados trabalharem no positivo, a quarta-feira reserva uma boa dose de apreensão. Às 12h45min, horário de Brasília, acontece o Fórum do BCE de Sintra, onde estarão presentes Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, Christine Lagarge, presidente do Banco Central Europeu, Andrew Bailey, presidente do Banco da Inglaterra, e Haruhiko Kuroda, presidente do Banco do Japão.
É preciso dizer o grau de expectativa dos investidores do mundo inteiro para entender os sinais desse encontro?
Na Ásia, o dia foi de comportamento misto nas principais bolsas, influenciadas pelas perdas do mercado americano e por questões locais.
Embora a Evergrande tenha aliviado um pouco o mercado ao anunciar que venderá parte das suas ações do Banco Shengjing, o que deve reverter à incorporadora cerca de US$ 1,5 bilhão, a crise energética do país preocupa bastante, fazendo os investidores fugirem de setores mais vulneráveis e ameaçando paralisações na produção da indústria.
Brasil
Influenciada por todas essas questões internacionais o Ibovespa ontem teve mais um dia de tormenta, recuando 3,05%.
Mas além dos impasses vindos de fora, também temos nossas próprias dores. Uma delas é a questão fiscal. Ontem, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que a Casa quer votar o mais rápido possível as propostas do pacote tributário, o que inclui a Reforma do Imposto de Renda e a Proposta de Emenda à Constituição, que prevê a unificação de impostos.
Devido ao impasse orçamentário, lideranças da Câmara dos Deputados e do governo já discutem uma eventual prorrogação do auxílio emergencial.
Hoje, a Fundação Getulio Vargas divulgou o Índice Geral de Preços-Mercado, IGP-M, que caiu 0,64% em setembro, após subir 0,66% em agosto.
Via
Daqui a aproximadamente dois meses a Via, donas das marcas Casas Bahia e Ponto, deve abrir financiamento para a venda dos produtos de seu marketplace.
Com pouco mais de cem mil lojistas, a plataforma só financia, até então, produtos próprios da empresa.
A informação foi dada pelo presidente da companhia, Roberto Fulcherberguer, em evento virtual sobre meios de pagamento.
Aquisição
A M. Dias Branco, líder nos mercados de biscoitos e massas, comprou a Latinex, produtora de alimentos fits, dona das marcas Fit Food, Frontera, Smart e Taste&Co.
A negociação foi fechada em R$ 180 milhões, mas pode chegar a R$ 272 milhões, caso a empresa cumpra metas de desempenho previstas no contrato de aquisição.
A conclusão da operação está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa do Consumidor, Cade.
Dividendos
Alfredo Setubal, CEO da Itaúsa, em evento com a participação de CEOs de empresas controladas pela holding, disse que o pagamento de dividendos da companhia deve voltar a níveis pré-pandemia nos próximos anos.
As últimas distribuições, na fala do executivo, foram impactadas pela resolução do Conselho Monetário Nacional que entrou em vigor no ano passado e limitou a distribuição de dividendos das empresas do setor financeiro ao mínimo previsto no estatuto. Para ele, o pior já passou e o pagamento de dividendos deve aumentar ao longo dos próximos anos.
Além do Itaú Unibanco, a Itaúsa tem participações na Alpargatas, Dexco e na Copa Energia.
Azul
A Azul encomendou até 10 aviões turboélice Cessna Gran Caravan EX, da norte-americana Textro TXT.N, para a sua subsidiária de aviação regional Azul Conecta. O pedido envolve cinco encomendas confirmadas e cinco opções de compra.
AES Brasil
Foi precificada em R$ 12 cada ação da oferta restrita direcionada apenas aos atuais acionistas e investidores profissionais da AES Brasil, que deve acontecer no próximo dia 30 de setembro.
A captação deve elevar o capital da empresa, hoje de R$ 1.116 bilhão, para R$ 2.116 bilhões.
Os recursos, segundo a empresa, serão utilizados para financiar o crescimento do portifólio de geração de energia renovável.
Eletrobras
Após deliberação da Aneel, a Eletrobras deve receber R$ 2.67 bilhões referentes a créditos a serem pagos pela Conta de Consumo de Combustíveis, CCC, decorrentes do fim de oito processos de fiscalização abrangendo o período de julho de 2009 a abril 2017.
Em comunicado à parte, a estatal anunciou que a sua controlada, Eletronorte, receberá R$ 116.27 milhões, também pela fiscalização da CCC.
As duas companhias irão receber os montantes em 60 parcelas iguais atualizadas pelo IPCA.
Engie Brasil
Numa transação de R$ 41.25 milhões, a Engie Brasil anuncia a aquisição da Assu Sol Geração de Energia, dona do projeto do Complexo Fotovoltaico Assú Sol, localizado no município de Assú, no Rio Grande do Sul.
O projeto tem capacidade instalada total estimada em até 750 megawatts. A aquisição deve aumentar em aproximadamente 50% o potencial de produção da Engie Brasil.
BNDES
O BNDES será assessor direto do governo do Rio Grande do Sul para o processo de IPO da Corsan, Companhia Riograndense de Saneamento.
De acordo com as expectativas da empresa, a oferta pública deve acontecer na primeira semana de fevereiro e captar cerca de R$ 1 bilhão, a serem utilizados, principalmente, em obras e investimentos de universalização da coleta e tratamento de esgoto do Estado.
Petrobras
A Petrobras arrenda o Terminal de Regaseificação de Gás Natural Liquefeito da Bahia para a empresa americana Excelerate, no valor de aproximadamente R$ 102 milhões, com vigência até dezembro de 2023.
Com a negociação, a Excelerate busca, apoiada pela Petrobras, transferência de licenças e autorizações necessárias para operar o novo navio regaseificador TR-BA.