A sexta começa com a repercussão do crescimento da produção industrial (+3,2%) em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal, abaixo do esperado pelo mercado. Em relação a agosto do ano passado, a produção caiu 2,7%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos Estados Unidos, o Departamento do Trabalho também divulgou indicadores (chamado payroll) piores do que o esperado. Assunto não falta, mas o investidor local segue atento ao emaranhado da política fiscal brasileira.
Ontem, o Ibovespa conseguiu se desvencilhar dessa espiral negativa, ajudado pelo comportamento positivo das bolsas em Nova York e pelo avanço das ações da Petrobras. No entanto, hoje a queda de 4% nos preços do petróleo e o mau humor nas bolsas ao redor do mundo podem atrapalhar a expansão de ganhos vista nas ações da Petrobras, após o Supremo Tribunal Federal (STF) liberar a venda de oito refinarias da estatal.
Ainda entre as grandes da Bolsa, vale mencionar que ontem à noite, Vale, BHP Billiton e Samarco (controlada das duas mineradoras) afirmaram, em nota conjunta, que receberam com surpresa a notícia de que os Ministérios Públicos Federal e de Minas Gerais e as Defensorias Públicas da União e dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo solicitaram à 12ª Vara Federal a retomada de uma ação civil pública do caso Samarco de 2016.
Ela ficou conhecida como “Ação Civil Pública dos 155 bilhões”, em referência ao valor estimado das reparações em Reais. As empresas acusam as instituições de adotarem uma “postura beligerante”.
As mineradoras “refutam veementemente” o argumento de que o impasse na contratação de assessorias técnicas para assessorar os atingidos pelo desastre da barragem do Fundão, em Mariana (MG), possa ser atribuído a elas.
Vale, BHP e Samarco contestam que a retomada do processo tenha a finalidade de impedir que se eximam de suas obrigações, “tendo em vista o próprio teor dos acordos assinados com estas instituições que, infelizmente, agora, passaram a adotar postura beligerante”.
Na véspera, a Vale também conseguiu um mandado de segurança determinando a expedição dos alvarás de localização e funcionamento da disposição de rejeitos da barragem B7, localizada em Jeceaba (MG). O mandado foi expedido pela Vara Única da comarca de Entre Rios de Minas, determinando a liberação dos documentos pela prefeitura, referentes aos anos de 2019 e 2020.
Outros assuntos ganham holofotes, como a aquisição da Lifeday, operadora de planos de saúde, pela Clinipam, subsidiária da Notre Dame Intermédica. A Lifeday tem uma carteira de cerca de 57 mil vidas, principalmente em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. O preço da transação foi definido em R$ 70 milhões e será pago à vista, em dinheiro, na data de fechamento.
A Cielo, por sua vez, informou que concluiu ontem a alienação de sua participação de 40,95% do capital social da Companhia Brasileira de Gestão de Serviços (Orizon) para a Bradseg Participações por R$ 128,992 milhões. “A realização da operação faz parte da estratégia da companhia ao possibilitar dar maior foco em suas atividades core”, diz a Cielo, em nota. A operação está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
No setor de varejo, Magazine Luiza informou há pouco que concluiu hoje a aquisição da GFL Logística, uma das principais plataformas de logística para o e-commerce com grande presença no interior de São Paulo e sul de Minas Gerais. A varejista também adquiriu a plataforma de tecnologia SincLog, utilizada pela GFL e mais de 30 transportadoras. O valor das transações não foi revelado.
Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa diz que com a aquisição da GFL reforça sua estratégia de entregar cada vez mais rápido e conseguirá expandir de forma significativa serviços como a coleta e last mile (última etapa da entrega) para os sellers, reduzindo drasticamente os custos e prazos de entrega no marketplace.
Na véspera, a Hering comunicou que obteve vitória na Justiça Federal de Santa Catarina e terá o direito de reaver um crédito tributário de R$ 178 milhões, ainda não auditado, mas que já foi contabilizado nas demonstrações financeiras da companhia do terceiro trimestre de 2020.
A ação é referente à exclusão dos créditos presumidos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo do IRPJ e CSLL concedidos pelo Estado de Goiás. Não há mais possibilidade de recorrer da decisão judicial.
Já a fabricante de ônibus Marcopolo decidiu encerrar as atividades de sua fábrica localizada em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, a partir do dia 30 deste mês. De acordo com a empresa, a decisão faz parte do processo de “otimização de plantas”, e as demais unidades absorverão a produção conforme os mercados se regularizarem no pós-pandemia.
A empresa afirma que a decisão deve trazer maior racionalidade a seus custos de produção.