Após o alívio do acordo fechado para a solução, mesmo que temporária, que estende o teto da dívida americana, o mercado hoje deve digerir o Relatório de Emprego relativo a setembro, divulgado há pouco.
No mês passado os Estados Unidos criaram 194 mil vagas de empregos, segundo o Departamento de Trabalho.
O número é bem abaixo do esperado. Pesquisas realizadas com economistas, mostraram que a projeção era a criação de 500 mil postos de trabalho fora do setor agrícola. A taxa de desemprego, por sua vez, foi de 5,2% para 4,8%.
O mercado interpreta que, quanto melhor for o desempenho da economia norte-americana, refletindo um crescimento consistente do mercado de trabalho, mais próxima está a redução dos incentivos do Fed à política monetária. Autoridades da instituição já declararam que a redução na compra de títulos, que hoje consome cerca de US$ 120 bilhões por mês, deve começar neste ano e ser zerada em meados de 2022.
Agora, cabe acompanhar de perto como os mercados irão reagir ao Relatório de Emprego apresentado hoje, que destoou das projeções dos especialistas.
Sobre o teto de gastos do governo federal, pelo menos por agora o problema está apaziguado. O Senado dos Estados Unidos aprovou ontem, com 50 votos a favor e 48 contra, o projeto que eleva temporariamente o limite da dívida em US$ 480 bilhões. Assim, ele passa de R$ 28,6 trilhões, para R$ 28,9 trilhões, o suficiente para afastar o risco de calote do governo.
A elevação do limite termina em 3 de dezembro, até lá, o Congresso terá que encontrar uma solução entre democratas e republicanos para os gastos do governo até setembro de 2022, evitando um colapso no limite da dívida.
Além da melhora do mercado local, com as bolsas de Nova Iorque tendo mais um dia de ganhos, o acordo fez com que as bolsas asiáticas também fechassem no positivo nesta sexta-feira, 8.
No primeiro pregão após uma semana de feriado, o índice Shanghai, da China, apresentou elevação de 0,67%, enquanto o Shenzhen Composto avançou 0,79%. O índice Nikkei, do Japão, teve valorização de 1,34% e o Hang Seng, em Hong Kong, subiu 0,55%.
Outro fator positivo da China foi a divulgação do PMI composto, que subiu para 51,4 pontos em setembro, vencendo a barreira dos 50 pontos que determina um movimento de expansão ou contração. Em agosto o índice foi de 47,2 pontos, o primeiro inferior a 50 em 16 meses.
No mesmo levantamento, o PMI de serviços subiu de 46,7 pontos registrados em agosto, para 53,4 em setembro, também sinalizando recuperação da atividade.
Na Europa os principais mercados beiram a estabilidade, mas com um pé no terreno negativo. Agora pela manhã as atenções devem ficar para a fala da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde.
Brasil
Há pouco o IBGE divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA, que, em setembro, apresentou alta de 1,16% em comparação ao mês anterior. É a maior alta para um mês de setembro desde 1994, quando o índice foi de 1,53%. Em agosto a alta foi de 0,87%.
Agora, o IPCA acumula altas de 6,90% no ano e de 10,25% nos últimos 12 meses, acima do registrado no período imediatamente anterior que fechou em 9,68%.
A expectativa era alta de 1,25% frente a agosto e 10,33% na comparação com setembro de 2020.
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados subiram em setembro. Habitação foi o destaque, puxado pelo aumento na tarifa de energia elétrica e do gás. Transportes também incrementaram o índice com a alta dos combustíveis.
INPC
O INPC também registrou a maior alta para o mês desde 1994, com avanço de 1,20% em setembro. No ano, acumula elevação de 7,21% e, em 12 meses, 10,78%.
Portobello
A fabricante de revestimentos cerâmicos Portobello anunciou ontem que irá investir US$ 160 milhões na construção de uma fábrica no Tennessee, nos Estados Unidos.
A companhia comunicou que concluída a construção, prevista para o fim de 2022, fará um arrendamento de 20 anos do edifício.
Azul
Em comparação a setembro de 2020, o tráfego de passageiros consolidado da Azul cresceu 120,1% no mês passado. O tráfego de passageiros domésticos aumentou em 125,6% e no segmento internacional houve crescimento de 53,6%.
Omega Energia
Após questionamentos dos acionistas minoritários, a Omega Geração muda a proposta de fusão com a Omega D, que teve seu valor patrimonial reduzido de R$ 2.7 bilhões para R$ 1.97 bilhão.
Como a avaliação da Omega Geração permaneceu inalterada, a participação de seus acionistas no negócio saltou de 74,35% para 80%.
A fusão dará origem à Omega Energia que, apesar das divergências em torno da divisão das participações, é vista por seus acionistas como uma estratégia muito relevante na geração de valor.
Grendene e 3G Radar
Grendene e 3G Radar se unem na formação da joint venture Grendene Global Brands, com sede no Reino Unido.
As duas companhias aportarão US$ 50 milhões na nova empresa, na proporção das respectivas participações. A Grendene deterá 49,9% do capital social, enquanto a 3G Radar 50,1%, cabendo a ela o papel de gestora.
Méliuz e Captalys
Em parceria com a Captalys, o Méliuz lança um novo cartão a partir de 2022.
O Cartão Méliuz terá estrutura apoiada num Fundo de Investimento em Direitos Creditórios exclusivo, onde as duas companhias terão participação.
Na parceria, o portal contribui com sua inteligência e conhecimento do cliente, enquanto a Captalys participa com infraestrutura e o financiamento da operação.
Wilson Sons Holding
A Wilson Sons Holding teve seu pedido de listagem no novo mercado aprovado pela B3, devendo iniciar as negociações de suas ações na bolsa brasileira a partir de 25 de outubro.
O capital social da companhia será aumentado com a emissão de novas ações ordinárias, que serão atribuídas aos acionistas da Wilson Sons Limited, WSL, incluindo os titulares de BDRs.
A partir do dia 22, as ações e os BDRs da WSL serão substituídos por papéis da Wilson Sons Holdings Brasil.
Hapvida
A Hapvida fará a segunda emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, no valor de R$ 2 bilhões.
A emissão será em até duas séries. A primeira, com remuneração de juros correspondentes a 100% da variação acumulada das taxas médias diárias dos DI, com sobretaxa máxima de até 1,45% ao ano e vencimento em 2027. Na segunda, as taxas médias dos DI serão acrescidas de uma sobretaxa máxima de até 1,65% ao ano, com vencimento em 2029.