Teoricamente o mundo estaria com as atenções concentradas no desenrolar da reunião do Fed que acontece hoje e amanhã. Por meses, é grande a ansiedade para entender quando o Banco Central Americano irá começar a reduzir os incentivos à economia em forma de compra de títulos na ordem de US$ 120 bilhões mensais.
Mas o mundo não é linear. Da China, surge o caso Evergrande. Uma gigante do setor imobiliário com uma dívida de US$ 305 bilhões. Especula-se que a empresa não irá honrar o pagamento de parte dessa dívida que vence na próxima quinta-feira, o que causaria um movimento em cascata atingindo outras empresas do segmento. Alguns analistas comparam as consequências de um eventual calote da Evergrande com as vividas na crise de 2008.
Hoje, o presidente do conselho de administração da companhia, Hui Ka Yuan, veio à público para tranquilizar os mercados, afirmando que a empresa irá cumprir com suas responsabilidades entre compradores de propriedades, investidores, parceiros e instituições financeiras.
Há também a hipótese de uma intervenção de Pequim caso exista uma “contaminação” que apresente riscos sistemáticos à economia.
Na Ásia, os principais mercados continuam fechados por conta de um feriado. Entre os mais importantes que tiveram sessão nesta terça-feira estão o de Hong Kong, com o índice Hang Seng fechando em alta de 0,51%, e o do Japão, com o índice Nikkei caindo 2,17%, após volta do feriado na véspera.
Já os índices futuros americanos e as bolsas europeias avançam timidamente, mas avançam.
Estímulo econômico
Além de todo esse turbilhão vindo da China, esta semana é marcada pelo encontro dos bancos centrais de vários países, entre eles, o dos Estados Unidos e do Brasil. Esse é mais um componente para o mercado agir com cautela, esperando os resultados dessas reuniões.
Da parte do Fed não se espera uma mudança radical para agora. A expectativa fica mesmo por conta de entender quando e como a instituição começará a retirar os incentivos à economia e se há possibilidade de aumento da taxa de juros.
Para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, OCDE, não é hora de governos e bancos centrais retirarem os incentivos econômicos, apesar da rápida recuperação da economia global e do salto da inflação.
Conforme anúncio feito nesta terça-feira, 21, a organização acredita que a economia mundial deve crescer 5,7% este ano para desacelerar a 4,5% em 2022. Dessa forma, a organização avalia que esse crescimento é uma reação passageira e não o prelúdio de um período sustentado de inflação alta.
Já no que diz respeito à reunião do Banco Central brasileiro, a espera se dá para saber de quanto será o aumento da Selic. Se ficará mesmo em um ponto percentual já anunciado no último encontro ou irá um pouco além.
Brasil
No cenário nacional continuam as tratativas para solucionar a questão do pagamento dos precatórios. Ao fim da reunião que tiveram ontem para debater o tema, os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, disseram que o teor do diálogo é em direção ao respeito ao teto de gastos e o arcabouço fiscal.
Hoje, uma nova reunião deve ser feita com a possibilidade de participação do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Varejo
Dados da Associação Comercial de São Paulo, apontam que as vendas no comércio da cidade de São Paulo cresceram 14,6% na primeira quinzena de setembro, em comparação ao mesmo período do mês anterior.
Se comparado com as duas primeiras semanas de setembro de 2020, o crescimento foi de 24,4%, lembrando que nessa ocasião o comércio estava sob o efeito das restrições relacionadas à pandemia da Covid-19.
Cosan
A Cosan fechou a compra de 47% de participação da gestora de propriedades agrícolas Radar, por R$ 1.479 bilhão. Com isso, passa a ter mais de 50% do capital total da companhia que administra cerca de 390 propriedades rurais, totalizando 96 mil hectares dedicados ao cultivo de cana-de-açúcar, soja, algodão e milho nos Estados de São Paulo, Maranhã e Mato Grosso.
BrasilAgro
Conforme fato relevante divulgado nesta segunda-feira, 20, a BrasilAgro anunciou a venda de parte da Fazenda Rio do Meio, localizada no município de Correntina, na Bahia.
O valor da transação foi fixado em R$ 130.1 milhões, cerca de R$ 45.5 mil por hectare útil.
Cia. Hering
A Cia. Hering informou que a Verde Asset Management passou a deter 10,05% dos papéis emitidos pela companhia. A participação é representada exclusivamente por ações ordinárias detidas à vista.
JCP
A Blau Farmacêutica vai distribuir R$ 19 milhões em juros sobre capital próprio, JCP, o equivalente a R$ 0,1059 por ação.
O pagamento do JCP relativo ao exercício de 2021 será feito em 5 de outubro e terá como base a posição acionária do dia 23 de setembro.
