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Termômetro do Mercado: melhora do humor nos EUA anima o mercado local nesta manhã

As bolsas recebem uma injeção de ânimo do mercado norte-americano, que exibe alta nesta manhã, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acenar com uma possibilidade de ajuda para o setor aéreo. Na Europa, a atenção está na ata de política monetária do Banco Central Europeu, segundo a qual o ritmo de compras de ativos poderia ser reduzido com a diminuição de tensões nos mercados e novos cortes nas taxas de juros.

Por aqui, o quadro fiscal continua na pauta especialmente pelo impasse na instalação da Comissão Mista de Orçamento, responsável pelas discussões da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021. Sem LDO, o governo não tem base legal para gastar um centavo sequer. A instalação da CMO está emperrada em meio à disputa pelo comando da comissão, ligada à briga pelo comando da Câmara dos Deputados a partir de 2021. Os riscos fiscais permanecem no radar.

O mercado local também está de olho nas decisões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Depois de vender R$ 6,9 bilhões em ações da Suzano, se despedindo de uma das maiores posições de sua carteira de renda variável, o banco prepara a venda das debêntures participativas da Vale, títulos que foram utilizados na época da privatização da mineradora, em 1997, com um valor estimado de R$ 6 bilhões.

De acordo com o Broadcast, o Bradesco BBI foi contratado como coordenador líder e a ideia é precificar esses papéis logo no início de 2021, disse o diretor de privatizações do banco de fomento, Leonardo Cabral.

O noticiário envolvendo as grandes da Bolsa é forte hoje, com destaque também para a Braskem, que fechou mais de 1.800 propostas e pagou R$ 180 milhões em indenizações aos moradores dos bairros afetados pelo afundamento do solo em torno da mineradora em Alagoas. Segundo a empresa, apenas duas propostas foram recusadas até agora dentro do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação.

Varejo

As ações do setor de consumo e varejo reagem, nesta manhã, à divulgação da pesquisa mensal de vendas no comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As vendas do comércio varejista subiram 3,4% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal. O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma alta entre de 1,15% e 8,60%, com mediana positiva de 3,20%.

Na comparação com agosto de 2019, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 3,10% em agosto de 2020. Nesse confronto, as projeções iam de uma elevação de 0,55% a 11,10%, com mediana positiva de 6,30%.

Logo na abertura, as ações PNB de Copel registravam ganhos de +1%, após a empresa anunciar um novo Programa de Demissão Incentivada (PDI). Segundo a companhia, atualmente 930 empregados se enquadram nos requisitos do novo programa, os quais representam uma potencial redução de R$ 168,7 milhões em custos anuais a partir de 2021.

Construtoras

Mitre Realty apresentou boa prévia operacional do 3T20, com volume de lançamentos de R$ 456 milhões em quatro empreendimentos e vendas líquidas de R$ 256 milhões, gerando uma VSO consolidado de 56,8% no trimestre. Em nossa visão, a companhia mostrou resiliência nos indicadores operacionais, mesmo em meio à crise atual, com baixo volume de estoque e lançamentos robustos.

O ambiente competitivo de empreendimentos em São Paulo continua sendo um desafio dado o foco das incorporadoras nas principais regiões da cidade e a expectativa de manutenção da taxa de juros de financiamento em patamar baixo.