A semana começa com clima positivo e aumento da confiança do mercado internacional com a notícia de que a AstraZeneca e a Universidade de Oxford retomaram os testes de sua vacina contra a Covid-19. A melhora do apetite por risco do investidor nesta manhã se traduz em alta dos índices das bolsas de Nova York e enfraquecimento do dólar ante moedas fortes e parte das emergentes.
No plano corporativo, destaque para a Ser Educacional que anunciou ontem a noite um acordo vinculante com o Grupo Laureate para adquirir os ativos da empresa no Brasil, que incluem a Centro Universitário FMU | FIAM-FAAM e a Universidade Anhembi Morumbi, entre outras faculdades, em uma transação avaliada em R$ 1,7 bilhão em dinheiro e 44% de novas ações a serem emitidas pelo grupo brasileiro, por 100% das quotas da Laureate.
O contrato prevê, ainda, que a Laureate terá o direito de procurar oferta mais vantajosa até o próximo dia 13 de outubro. Caso aconteça, a Ser poderá igualar a proposta apresentada por terceiro e, se não o fizer, terá direito a receber multa rescisória de R$ 180 mil por parte do grupo. Hoje, a Yduqs informou que também pode entrar na disputa.
Ainda no final de semana a Totvs anunciou prorrogou por 30 dias, até o próximo dia 13 de outubro, a proposta de combinação de negócios que a empresa propôs para a Linx em agosto. Além disso, a companhia acatou sugestão dos conselheiros independentes da Linx de correção pelo CDI do valor de R$ 6,20 por ação da proposta original, a partir do sexto mês, caso as negociações se arrastem.
A Azul, por sua vez, informou que recebeu da BNDES Participações, juntamente com um sindicato de bancos, uma proposta de apoio financeiro no âmbito do Programa Emergencial de Apoio aos Setores atingidos pelos efeitos da crise decorrente da pandemia da Covid-19.
A proposta prevê uma oferta pública de um instrumento financeiro híbrido com objetivo de captar no mínimo R$ 2 bilhões, que consiste numa combinação de debêntures simples e bônus de subscrição, cujos valores serão determinados através do processo de bookbuilding da oferta.
Neste modelo, a BNDESPar seria o investidor âncora podendo subscrever até 60% da oferta, enquanto os bancos prestarão garantia firme de até 10% da mesma. O valor remanescente deverá ser captado junto a outros investidores através da oferta
Agenda
A agenda da manhã é escassa e o destaque se resume ao resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que subiu 2,15% em julho ante junho, na série já livre de influências sazonais. Em junho, o avanço havia sido de 5,32% (dado revisado). Mas a semana será marcada por eventos importantes, como as reuniões de política monetária dos bancos centrais do Brasil, Estados Unidos, Japão e Inglaterra.
Por aqui, a previsão de manutenção da taxa básica de juros (Selic) nos atuais 2% mantém a expectativa morna, porém a reunião do Federal Reserve pode conter alterações com potencial para alterar a dinâmica do câmbio.
Na cena política doméstica, o investidor assimila a declaração do vice-presidente Hamilton Mourão sobre candidatar-se à reeleição em uma chapa Bolsonaro-Mourão em 2022. Também pode repercutir o aumento da tensão entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Planalto depois de o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, ter determinado que o presidente Jair Bolsonaro presta depoimento pessoalmente no inquérito que apura se ele interferiu na Polícia Federal para proteger sua família.