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Termômetro do Mercado: Decisão do Copom, balanços e PIB dos Estados Unidos estão no radar

Os balanços de duas das blue chips brasileiras estão em foco no começo desta quinta-feira, ao mesmo tempo que investidores buscam mais detalhes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros (Selic) em 2% ao ano. Os mercados internacionais ensaiam uma recuperação após uma aversão generalizada a riscos ontem, e hoje, a expectativa gira em torno da divulgação do PIB dos Estados Unidos no terceiro trimestre.

No âmbito local, as atenções nesta manhã estão voltadas principalmente para a Petrobras, que registrou um prejuízo de R$ 1,54 bilhão entre julho e setembro, perda 43% menor que a apurada no segundo trimestre. O Ebitda ajustado ficou em R$ 33,4 bilhões, número 33,8% maior que o do período imediatamente anterior.

Segundo a companhia, o resultado final foi impactado pela adesão a programas de anistia tributária e um prêmio pago na recompra de títulos, que custaram R$ 4,7 bilhões. Não fosse isso, a estatal teria apurado lucro de R$ 3,2 bilhões e a geração de caixa de R$ 37,3 bilhões.

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, destacou que a empresa reduziu seu endividamento em US$ 31,3 bilhões nos últimos 21 meses. Ele justificou ainda a mudança na política de dividendos anunciada ontem, dizendo que dará mais flexibilidade à companhia.

A Vale teve lucro líquido de US$ 2,908 bilhões entre julho e setembro de 2020, alta de 76% em relação ao mesmo período de 2019. Na comparação com o segundo trimestre, o valor foi 192% maior.

O Ebitda ajustado cresceu 32% em um ano, para US$ 6,095 bilhões. Em relação ao segundo trimestre do ano, o crescimento foi de 81%. Já a receita operacional líquida foi de US$ 10,762 bilhões, avanço de 5% em um ano.

De acordo com a Vale, os resultados foram impulsionados pelos preços do minério de ferro no mercado internacional.

Já nesta manhã, a Ambev anunciou lucro líquido atribuído a controladores de R$ 2,274 bilhões no terceiro trimestre, queda de 8,9% em relação ao mesmo intervalo de 2019. Já o lucro líquido reportado no período teve alta de 2,2%, para R$ 2,495 bilhões, na mesma base de comparação.

O Ebitda ajustado somou R$ 5,073 bilhões no terceiro trimestre, aumento de 15% sobre igual intervalo de 2019. A margem Ebitda ajustada atingiu 32,5%, queda de 4,4 pontos porcentuais sobre o indicador do ano passado.

Bradesco e GPA

O Bradesco apurou lucro recorrente de R$ 5,031 bilhões no terceiro trimestre, número 23,1% menor no mesmo período de 2019. Em relação ao segundo trimestre, o resultado foi 29,9% maior, com o menor direcionamento de recursos para provisões contra débitos de liquidação duvidosa.

O grupo de varejo GPA registrou lucro consolidado aos acionistas controladores de R$ 386 milhões no terceiro trimestre, crescimento de 151% ante o mesmo período de 2019. O Ebitda ajustado ficou em R$ 1,663 bilhão, um crescimento de 74,5% na mesma base de comparação.

Na visão do nosso time, a companhia apresentou um robusto resultado trimestral impulsionado pelo desempenho acima do esperado pelo Assaí. O grupo registrou aumento de 61% nas vendas brutas na comparação anual, para R$ 23,5 bilhões, em linha com nossa estimativa.

Copom

O Copom decidiu, por unanimidade, manter a Selic (a taxa básica da economia) em 2,00% ao ano. Na justificativa da decisão, o BC avaliou que a manutenção da Selic é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte de 2021 e 2022.

Na visão do nosso time, mais uma vez, o comunicado apresentou poucas mudanças significativas em relação às reuniões anteriores, apesar da relevante alteração no comportamento inflacionário, agravamento da dinâmica fiscal e elevação na volatilidade.