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Termômetro do Mercado: Debate eleitoral nos EUA e pauta fiscal do Brasil seguem no radar

Após a forte queda de ontem na contramão dos principais mercados ao redor do mundo, o Ibovespa tenta sustentar o sinal positivo conquistado nesta manhã. No entanto, a instabilidade permanece como pano de fundo em meio à repercussão dos planos do governo para financiar o Renda Cidadã sem cortar gastos. No exterior, a expectativa pelo primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden também adiciona cautela aos negócios locais. Biden precisará explicar porque seu programa merece o voto dos americanos, sobretudo para recuperar a economia do país. Trump, por sua vez, deverá apontar que o oponente não tem energia e capacidade para ser o próximo chefe de Estado.

De volta ao mercado local, o investidor continua buscando ajustes, principalmente em função dos ruídos gerados após almoço do presidente Jair Bolsonaro com líderes, na véspera. Agora, o cronograma da reforma tributária no Congresso Nacional, cuja votação estava marcada para o dia 7 de outubro, pode ser adiado, depois que os líderes admitiram não haver consenso.

Há pouco, o Ibovespa registrava alta de 0,28%, aos 94.929 pontos. O dólar, por sua vez, operava com ganhos sobre o Real, cotado na casa dos R$ 5,62. A valorização da moeda americana beneficiava as ações de empresas exportadoras, como as papeleiras.

No caso de Petrobras, pesa a cautela do mercado em relação ao retorno do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) amanhã sobre a privatização das subsidiárias. Enquanto isso, a venda de outros ativos da petrolífera segue no radar dos investidores. O Valor Econômico noticiou hoje que o grupo de gás e energia Golar – o único que poderia atender às exigências da petrolífera – pode ter que ficar de fora da disputa de um terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) na Bahia, colocado à venda pela Petrobras, em meio a investigação por suspeita de esquema de propina envolvendo justamente a Petrobras.

No campo corporativo, destaque também para a Hapvida que anunciou ontem à noite a aquisição do Grupo Santa Filomena por R$ 45 milhões, em mais um passo, segundo a companhia, na estratégia de crescimento e ganho de market share no estado de São Paulo. A transação ainda precisa de aprovação dos órgãos reguladores.

O Grupo Santa Filomena é composto pela operadora de saúde Filosanitas, pelo Hospital Santa Filomena, três clínicas médicas e um centro de diagnóstico por imagem. Todos estão localizados em Rio Claro, interior de São Paulo.

A Filosanitas tem uma carteira de 5,5 mil beneficiários de planos de saúde, cuja carteira é composta por 74% de planos coletivos e cerca de 80% de sinistralidade, de acordo com dados de 2019. Já o Hospital Santa Filomena, fundado em 1937, conta com 73 leitos, sendo 16 deles de UTI.

Entre as construtoras, vale mencionar que a Eztec aprovou o pagamento de dividendos no valor de R$ 66,757 milhões, ou R$ 0,2940 por ação ON. O valor será pago de acordo com a posição acionária do dia 28 de abril.

O conselho de administração da Iguatemi aprovou a 10ª emissão de debêntures da companhia, no valor de até R$ 500 milhões, em duas séries.