A agenda econômica é forte hoje, começando com indicadores de inflação no Brasil e Estados Unidos. À tarde, é esperada decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que sai às 15 horas. Com isso, os investidores operam com certa cautela, deixando as bolsas em compasso de espera e sem perder de vista os efeitos do coronavírus na economia. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que o economia mundial sofrerá contração de 6% em 2020.
Por aqui, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou
deflação de 0,38% em maio, enquanto a taxa registrada em abril foi de -0,31%. Essa é a menor variação mensal desde agosto de 1998 (-0,51%). No ano, o IPCA acumula inflação de 0,16% e, nos últimos doze meses, +1,88%. Em maio de 2019, a taxa havia ficado em +0,13%.
No noticiário corporativo, é esperada hoje, após o fechamento do mercado, a divulgação do balanço do primeiro trimestre de 2020 da BR Distribuidora. A companhia adiou o pagamento de juros sobre capital próprio para até 30 de dezembro. A previsão anterior era de que o pagamento ocorresse até o fim deste mês. Segundo a distribuidora de combustíveis, a medida tem caráter preventivo diante da conjuntura causada pela pandemia do novo coronavírus.
No entanto, nesta manhã, são as aéreas mais uma vez que ganham destaque diante da informação de aumento da demanda. A Azul teve demanda 51,6% maior em maio sobre abril, e crescimento de 44,8% na capacidade (ASKs). A taxa de ocupação somou 72%, alta de 3,2 pontos percentuais em um mês. A empresa deu uma indicação para o próximo mês: espera fazer 240 decolagens diárias em julho, ante as 115 em junho.
A recuperação da demanda, ainda que lenta, também sustenta o planejamento da Gol, que espera aumentar em 290% a capacidade no terceiro trimestre em relação ao segundo. Sobre a empresa, o mercado monitora as negociações para a prorrogação de uma dívida da Gol com valor de US$ 300 milhões e garantia da Delta Airlines, que vence em agosto.
A Latam também divulgou dados operacionais de maio, mas com comparações anuais. A demanda caiu 96,5%, e a oferta de assentos (ASKs), 93,3%. A taxa de ocupação caiu 39,8 pontos porcentuais, para 43,8%. No mercado brasileiro, as quedas em demanda e oferta foram, respectivamente, de 93,6% e de 91,9%, e de 16,5 pontos percentuais na ocupação, para 63%. Em recuperação judicial nos Estados Unidos, a Latam tenta devolver aeronaves, o que pode afetar suas operações no Brasil.