Os mercados internacionais assimilam as preocupações com o aumento do número de casos de Covid-19 e iniciam o dia se recuperando de uma segunda-feira cheia de incertezas e quedas nas bolsas de todo o mundo.
Existem fatos que justificam essa preocupação. Nos últimos sete dias, os Estados Unidos registraram 26 mil novos casos de Covid-19 por dia. Mais do que o dobro dos índices registrados há um mês. Assim como na Europa, o contágio cresce em regiões com menores índices de vacinação. Na Vila Olímpica, em Tóquio, aparecem os primeiros casos de Covid-19. Diante desse quadro, acirraram as especulações de uma possível desaceleração da retomada da economia global, mas a presença dos bancos centrais sustenta a estabilidade dos mercados.
Ontem, o Banco Popular da China correspondeu às expectativas de especialistas e manteve sua taxa referencial de empréstimos corporativos e para famílias. Também permaneceram inalteradas a taxa básica para empréstimos com vencimento em um ano, em 3,85%, e a de vencimento em cinco anos, em 4,65%.
Influenciadas pelo sentimento negativo vivido pelas principais bolsas americanas, que recuaram no dia anterior, as bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em queda nesta terça-feira.
Já as bolsas europeias, que também tiveram o primeiro dia da semana marcado pela preocupação de desaceleração econômica, começam a terça-feira com alta do índice Stoxx, que reúne 600 empresas dos principais setores de 17 países europeus.
Resultados
Hoje começa a temporada de resultados das empresas brasileiras no segundo trimestre, com a divulgação dos dados da Neoenergia e Romi.
Nos Estados Unidos, a temporada começou na semana passada. Ontem, mais duas empresas mostraram resultados melhores do que os esperados.
A The Travelers apresentou lucro por ação, LPA, de US$ 3,45 e receita de US$ 8,14 bilhões no segundo trimestre. Analistas projetavam LPA de US$ 2,38 e receita de US$ 7,71 bilhões.
A Philip Morris também apresentou um LPA maior que o esperado. O lucro por ação ficou em US$ 1,57 enquanto as previsões eram de US$ 1,54. Porém, a receita, de US$ 7,59 bilhões, ficou um pouco abaixo das projeções de US$ 7,66 bilhões.
A IBM registrou lucro líquido de US$ 1,33 bilhão no segundo trimestre de 2021, ou US$ 1,47 por ação. Abaixo do US$ 1,52 por ação no mesmo período de 2020. Por sua vez, o lucro líquido ajustado ficou em US$ 2,33 por ação, acima dos US$ 2,31 esperados por analistas.
As receitas da empresa foram de US$ 18,745 bilhões. No mesmo período do ano passado foram de US$ 18,123 bilhões.
Após o fechamento do mercado nesta segunda, a Netflix divulgou os seus resultados e, amanhã, antes da abertura do pregão, é a vez da Coca-Cola e da Johnson & Johnson.
Vale
Ontem, a Vale divulgou seu relatório de produção do segundo trimestre. Houve aumento de 12% na produção de minério de ferro na comparação com o mesmo período de 2020 e de 11,3% na comparação com o trimestre anterior. A produção foi de 75,685 milhões de toneladas.
Para 2022, a meta é ter capacidade de produzir 400 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.
Oi
A Oi anunciou, ontem, o seu plano estratégico e projeções para o período de 2022 a 2024. O principal destaque ficou para a meta de atingir 8 milhões de domicílios brasileiros conectados até 2024. Isso é mais que o dobro da expectativa para o final deste ano, que é de 3,5 milhões de lares. A receita média estimada por casa em 2024 é de R$ 94 por mês, alta anual de 11%.
Também foi apresentado um plano para reduzir o custo de casas passadas com infraestrutura de cabeamento para fibra óptica, que sairia dos R$ 270 atuais para R$ 140 por unidade.
A projeção da receita para a Nova Oi em 2024 está entre R$ 14,8 bilhões e R$ 15,5 bilhões.
Braskem
Segundo apuração do Valor, a Braskem poderá ser vendida a diferentes compradores, tendo seus ativos desmembrados por região, caso esse modelo traga retorno mais elevado aos compradores. Essa não seria uma preferência da Novonor, antiga Odebrecht, que prefere vender em uma única transação a sua participação de 38,3% da petroquímica.
B3
A bolsa de valores brasileira mudou a metodologia do ISE, índice com as companhias que adotam a agenda ESG, baseando-se nas demandas e sugestões de investidores, empresários e analistas, além de incorporar 55% das 1.278 contribuições recebidas em consulta pública. Agora, o índice será mais detalhado e transparente.
As principais mudanças são a adoção de um questionário específico, de acordo com o segmento em que as companhias atuam, e a divulgação pública das notas das empresas. O número de participantes será ilimitado, mas a empresa precisa seguir alguns critérios, como estar entre as 200 mais líquidas listadas na bolsa.
