A cautela continua servindo como pano de fundo nos principais mercados mundo afora, o que não é diferente no Brasil. Apesar de exibir uma discreta alta na primeira hora de pregão, o Ibovespa não demonstra vigor diante do temor global quanto à segunda onda de COVID-19, com novas medidas de isolamento e seus impactos econômicos. A preocupação cresce à medida que países europeus dão sinais de que novos casos de contágio estão avançando e nem mesmo as notícias de que quatro vacinas estão em testes finais, como afirmou ontem à noite o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ajudam a animar.
No mercado local, investidores também repercutem o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado mais cedo. Após decidir pela manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 2,00% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reafirmou que, em seu cenário básico para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções.
De um lado do balanço, continua o risco da elevada ociosidade da economia em produzir inflação abaixo da esperada, “notadamente quando essa ociosidade está concentrada no setor de serviços”. “Esse risco se intensifica caso uma reversão mais lenta dos efeitos da pandemia prolongue o ambiente de elevada incerteza e de aumento da poupança precaucional”, ressalta o documento.
O BC considera, porém, que medidas de resposta à pandemia que piorem a trajetória fiscal de forma prolongada – ou mesmo a frustração com a continuidade das reformas – podem elevar os prêmios de risco.
No campo corporativo, as ações da Petrobras ficam em destaque nesta manhã. Hoje, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, marcou para 30 de setembro o julgamento que discute a venda de refinarias da Petrobras, com a discussão sendo retomada do zero. Além disso, a ação sai do plenário virtual e será julgada em sessão transmitida na televisão. O julgamento foi suspenso na terça-feira, com três votos contrários à venda de subsidiárias sem a necessidade de aval do Congresso.
Chama atenção também notícia de que o braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDESPar, solicitou à JBS convocação de assembleia geral extraordinária (AGE), com prazo de oito dias contados a partir de 21 de setembro, para deliberar sobre acordo de leniência do frigorífico com o poder público e de delação premiada envolvendo controladores e executivos da companhia.
No setor educacional, o Conselho de Administração da Yduqs aprovou a emissão de uma cédula de crédito bancário (CCB) junto ao Bradesco no valor de R$ 360 milhões, com prazo de vencimento de dois anos e remuneração correspondente a 100% do CDI e prêmio de 2,70% ao ano, calculada sobre o saldo devedor a partir da data de liberação dos recursos até sua plena liquidação, com pagamento semestral de juros, pagamento de principal na data de vencimento e sem constituição de garantia, real ou fidejussória, em favor do banco.