Às vésperas da eleição presidencial americana, a cautela predomina nos mercados em meio à crescente preocupação com os impactos de uma segunda onda de COVID-19 no mundo, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. Por aqui, a cautela está relacionada ao cenário político, que briga pela atenção do investidor no meio da temporada de balanços.
Na véspera, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que deve reeditar o decreto para a inclusão de UBSs no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Ele também declarou que o governo federal não comprará doses da CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac e que tem o Instituto Butantan, do governo de SP, como parceira no Brasil.
No noticiário corporativo, destaque para a Suzano, que comunicou um prejuízo líquido de R$ 1,157 bilhão no terceiro trimestre de 2020, valor 66,54% menor do que o prejuízo obtido em igual período do ano anterior. O resultado também foi menor do que a perda esperada pelo mercado, de R$ 2 bilhões. Já o Ebitda atingiu R$ 3,779 bilhões, alta de 58% ante o mesmo período do ano passado. Neste caso, o mercado aguardava R$ 3,2 bilhões no trimestre.
No setor financeiro, sob o desafio tecnológico que recai sobre o setor bancário, o Itaú Unibanco bateu o martelo a respeito do seu novo presidente e escolheu Milton Maluhy, atual vice-presidente de Finanças, para assumir o cargo, que deixará de ser de Cândido Bracher, após quatro anos no comando do maior banco privado do País. Maluhy está há 18 anos na casa.
A Totvs, por sua vez, teve lucro líquido de R$ 79,3 milhões, queda de 9,3% sobre o mesmo período de 2019. Em termos ajustados, o lucro líquido entre julho e setembro foi de R$ 82,4 milhões, crescimento de 3,8% ante o ano passado. O lucro caixa, que desconta os efeitos líquidos das amortizações de intangíveis, oriundos de aquisições, foi de R$ 96,7 milhões, 16,2% superior ao informado em igual período do ano anterior. O Ebitda no terceiro trimestre foi de R$ 155,9 milhões, 18% acima do verificado entre julho e setembro do ano passado.
Varejo
Do lado varejo, a Lojas Americanas registrou lucro líquido consolidado de R$ 49,9 milhões no terceiro trimestre de 2020, um avanço de 3,5% em relação ao mesmo período de 2019. O Ebitda da controladora entre julho e setembro ficou em R$ 504 milhões, queda de 5,3% na comparação anual.
Apesar de ter 24% do total de lojas fechadas ao longo do trimestre por conta da pandemia, a Lojas Americanas entregou um sólido resultado operacional, reflexo dos avanços na sua estratégia O2O (online-to-offline).
A rede de laboratórios de diagnóstico Fleury apresentou lucro líquido de R$ 132,1 milhões entre julho e setembro, marca 45% maior do que o apresentado um ano antes. O Ebitda no trimestre foi de R$ 323,8 milhões, 35,7% superior na comparação com 2019. A margem Ebitda ficou em 37%, 544 pontos-base acima do ano anterior. A empresa destaca que poucas vezes viu um período de tanto crescimento quanto o terceiro trimestre deste ano, chamando a atenção para o aumento de 15,4% na receita bruta, a R$ 943,8 milhões.