O mercado acionário iniciou o dia com alta, na contramão do resto do mundo, que exibe cautela em meio a volta de preocupações acerca da instabilidade nas relações entre Estados Unidos e China. As novas críticas e medidas do governo norte-americano ao chinês podem pressionar os negócios em bolsa. Por aqui, o ritmo vem da expectativa quanto à definição de veto, ou não, do reajuste de salários de servidores no âmbito do projeto de socorro a Estados e municípios brasileiros para o combate ao novo coronavírus. O encontro virtual do presidente Jair Bolsonaro com governadores ocorrerá hoje e a proibição de aumento salarial é uma contrapartida pedida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, com a finalidade de evitar novos aumentos das contas públicas.
A persistente incerteza relacionada ao ambiente econômico tem como característica a maior volatilidade, inclusive de projeções de curto prazo. O que em condições menos adversas poderia ser inferido com maior clareza, nesse momento é inevitável ampliar os intervalos de confiança, encurtar os horizontes e revisitar previsões.
No cenário corporativo, o investidor segue monitorando a relação entre Via Varejo e seu antigo controlador, o GPA. Após a dona de Casas Bahia e Ponto Frio divulgar ao mercado que teve reconhecido o direito a um crédito fiscal de R$ 374 milhões, o GPA veio a público para afirmar que considera ter direito a R$ 500 milhões em compensações, o que inclui parte dos créditos da Via Varejo.
Ontem, em novo episódio da disputa, a companhia controlada pela família Klein divulgou, em fato relevante, que o crédito fiscal que a Justiça lhe outorgou nesta semana lhe pertence de forma exclusiva. A parcela da Companhia Brasileira de Distribuição (razão social do GPA) será paga, segundo a empresa, assim que os créditos forem devidamente apurados e habilitados pelos órgãos fiscais.
Do lado dos bancos, a Caixa Econômica Federal informou que teve lucro líquido recorrente de R$ 3 bilhões no primeiro trimestre do ano, representando 7,5% inferior ao visto em igual período de 2019. Contudo, ante os três primeiros meses do ano passado, houve avanço de 21,5%.
Já a operadora de saúde Hapvida informou, na noite passada, lucro líquido de R$ 164,6 milhões no primeiro trimestre, queda de 19,9% em um ano. O montante leva em consideração as últimas aquisições da companhia. Sem elas, o lucro líquido foi de R$ 87,1 milhões, queda de 57,6% na comparação anual. O Ebitda avançou 55,7% ante o mesmo período do ano passado, chegando a R$ 467,8 milhões.