Notícia

Termômetro do Mercado: Bolsa abre com alta, dólar recua

A repercussão de notícias sobre o setor de consumo toma conta da agenda do dia, embora indicadores econômicos brasileiros e americanos tenham forte apelo entre os investidores. A Bolsa de Valores abriu em alta, assim como suas pares nas principais praças internacionais, mas aqui a temporada de balanços é o destaque, com atenção especial para as varejistas.

A Lojas Americanas reduziu em 8% o prejuízo no primeiro trimestre em comparação com igual período de 2019, para R$ 49,2 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado caiu em 1,8%, para R$ 583 milhões. A receita líquida, porém, subiu 14,2%, para R$ 4,057 bilhões. Segundo a varejista, os dois primeiros meses do ano foram de aceleração em todas as plataformas; em março, a pandemia de Covid-19 impactou as operações.

Na controlada da B2W, de comércio digital, o prejuízo foi reduzido em 22,5%, para R$ 108 milhões, enquanto que o Ebitda cresceu 42,4%, para R$ 101,8 milhões. A receita líquida da B2W cresceu 32,3% em um ano, para R$ 1,696 bilhão. O valor bruto de mercadoria vendida (GMV, na sigla em inglês) englobando produtos próprios e do marketplace foi de R$ 4,558 bilhões, alta de 27,3%.

No relatório de resultados, a B2W destacou o aumento de 45% nas visitas a seus sites e aplicativos, além da adição de mais 2 milhões de clientes à base de clientes ativos, que chegou a 17 milhões. De acordo com a empresa, houve aumento de 35% nas transações realizadas no período e uma expansão das iniciativas de conexão entre lojas físicas e virtuais (O2O), como o Pegue na Loja.

A Natura &Co, por sua vez, registrou prejuízo líquido de R$ 820,8 milhões, alta de 10 vezes em um ano, atribuída pela empresa a uma alíquota de imposto de renda mais alta por conta da aquisição da Avon e à alocação de custo de aquisição (PPA) da The Body Shop. O Ebitda ajustado caiu 20,9% em um ano, para R$ 571,5 milhões.

A receita líquida consolidada subiu 1,9%, para R$ 7,518 bilhões, impulsionada pelo crescimento na Natura &Co América Latina e na Aesop. A empresa destacou ainda ter R$ 4,6 bilhões em caixa, sendo R$ 1 bilhão em depósitos de custo prazo. A saída de caixa entre janeiro e março foi de R$ 1,659 bilhão.

Segundo a companhia, houve uma forte aceleração das vendas online a partir da segunda metade de março, período em que medidas de isolamento social começaram a ser implementadas em países da América Latina. Além disso, a produtividade das consultoras cresceu em 7,6% no Brasil no trimestre, “demonstrando a resiliência do canal de venda direta” mesmo no período de pandemia.

Além dos resultados, a Natura divulgou ainda novas estimativas para as sinergias com a Avon: espera-se, agora, captura de US$ 300 milhões a US$ 400 milhões em reduções de custos e despesas até 2024.

Câmbio

O dólar opera em baixa no mercado doméstico, em linha com a queda predominante no exterior e diante de uma realização de ganhos, após a moeda ter fechado ontem no recorde nominal, a R$ 5,8409 no mercado à vista.

Internamente, o investidor acompanha ainda os conflitos políticos e incertezas sobre o que está por vir no fim de semana. Mais uma vez, o presidente Jair Bolsonaro, deve promover aglomeração social. Bolsonaro já avisou que fará um churrasco, amanhã, “para uns 30 convidados”, contrariando as recomendações de isolamento social da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Destaque também para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) que registrou deflação de 0,31% em abril, ante alta de 0,07% em março, informou nesta manhã o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda foi maior que a mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, negativa em 0,25% (intervalo de -0,12% a -0,47%).