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Termômetro do Mercado: Balanços da Renner, Vivara e EDP no radar

Último dia para divulgação de balanços do segundo semestre, rolagem de contratos de dólar e momento para revisar as carteiras de ações. Atenção também para o bom humor no cenário internacional, que ainda reage a fala do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, na semana passada.

Por aqui, embora o cenário fiscal continue em foco, com a expectativa sobre o valor das parcelas da prorrogação do auxílio emergencial, o mercado analisa a proposta de Orçamento para 2021 que o governo entrega hoje ao Congresso. No campo corporativo são esperados os resultados de Lojas Renner e CVC.

No final de semana, o IRB Brasil Re informou um prejuízo de R$ 685,1 milhões no segundo trimestre, revertendo o lucro de R$ 397,5 milhões observado um ano antes. O retorno ficou negativo em 83,3%, ante retorno positivo de 43,2% no segundo trimestre de 2019 e de 1,5% no primeiro trimestre deste ano. Um dos pontos que chama atenção nos números é o resultado de underwritting, negativo em R$ 1,037 bilhão.

O IRB está revisando cada um dos contratos, deixando de renovar ou cancelando aqueles com retorno insatisfatório. Com o resultado do trimestre, o ressegurador informou que sua insuficiência de liquidez passou de R$ 2,1 bilhões para R$ 3,4 bilhões em junho. No aumento de capital levado a cabo para aumentar os níveis de recursos, o IRB captou R$ 2,3 bilhões

No setor elétrico, o destaque fica por conta do balanço da EDP Brasil. A companhia registrou lucro líquido de R$ 237,2 milhões no segundo trimestre de 2020, crescimento de 25,5% na comparação anual. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 5,5%, para R$ 586,4 milhões. A receita líquida, porém, caiu 2,78%, para R$ 2,601 bilhões.

O aumento do lucro foi puxado pelos negócios de transmissão, pela incorporação dos ganhos da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) e pela queda da taxa de juros e da inflação. No entanto, a área de distribuição de energia observou uma queda de 6,1% no faturamento, para R$ 1,580 bilhão, diante do impacto da pandemia da Covid-19 sobre o setor.

Ainda no setor de energia, a nova Medida Provisória para o setor já está na Casa Civil, como apurou o Broadcast. O texto, que já teve aval das pastas de Minas e Energia e da Economia, trará um benefício para os consumidores de energia de alguns Estados do Norte e do Nordeste, que terão tarifas de energia mais baixas.

Ao mesmo tempo, o texto também tentará estancar o crescimento de subsídios ao setor, conta que atingiu R$ 22 bilhões neste ano, 23% deles para geradores de fontes alternativas, como eólica e solar. Neste caso, haverá um prazo de 12 meses para implementar um plano de valorização dos atributos ambientes no lugar do desconto atual.

Gigantes do aço

A decisão dos Estados Unidos de reduzir as cotas de importação sem tarifas de aço semiacabado brasileiro, divulgada pelos ministérios das Relações Exteriores e da Economia no sábado (29), deve repercutir hoje. Ao Broadcast, o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes, afirmou que a cota cairá de 350 mil para 60 mil toneladas no quarto trimestre deste ano.

A redução vem após o presidente americano, Donald Trump, que está em campanha para reeleição, sofrer pressão das siderúrgicas norte-americanas para barrar as importações brasileiras. A cota anual é de 3,5 milhões de toneladas, dividida em 1,05 milhão do primeiro ao terceiro trimestre, e 350 mil no quarto. Volumes acima deste total são taxados em 25%.