A quinta-feira deve ser de desdobramentos do conteúdo austero da ata da reunião do Fed divulgada ontem.
Esse efeito pode ser notado nas bolsas da Europa, que encerraram a quarta-feira em alta, já que o anúncio da ata foi feito depois do fechamento do pregão. Hoje, os principais mercados europeus operam em queda, com destaque negativo para o setor de tecnologia, preocupado com a perspectiva de elevação de taxas de juros e do rendimento dos títulos do Tesouro.
O mesmo é percebido no mercado asiático, que fechou o dia majoritariamente em baixa, com o índice Nikkei, do Japão, caindo 2,88%, e o Kospi, da Coreia do Sul, recuando 1,13%. Apenas o Hang Seng, de Hong Kong, ficou no positivo, com 0,72% de alta. Uma ligeira recuperação das perdas do dia anterior, registradas pelas empresas de tecnologia.
No documento divulgado ontem, o Fed considera subir os juros mais cedo ou em ritmo mais rápido do que o mercado previa. Também foi sinalizado que a redução do balanço patrimonial deve acontecer após a primeira alta da taxa de juros. Na última vez que o Fed propôs reduzir seu balanço, ele começou dois anos após a primeira elevação de juros.
No Brasil, os impactos do exterior foram potencializados pelos problemas internos, como a frágil questão fiscal, pressão para aumento salarial do funcionalismo público, insinuações por parte de parlamentares para a revisão do teto de gastos e a ômicron, que começa a mostrar as suas garras por aqui.
Ontem o Ibovespa fechou o terceiro pregão do ano em queda, acumulando perdas de 3,64% na semana. Só nesta quarta o índice caiu 2,42%. Das 93 ações que compõem o índice, 89 fecharam em queda, das quais 46 com mais de 4% de desvalorização.
Indicadores
Há pouco a Fundação Getulio Vargas divulgou o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna, IGP-DI, que apresentou alta de 1,25% em dezembro, depois de registrar queda de 0,58% no mês anterior.
Momentos antes, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, FIPE, anunciou o Índice de Preços ao Consumidor de São Paulo, com elevação de 0,57% em dezembro, encerrando em 2021 com alta acumulada de 9,73%.
Em novembro, o índice havia subido 0,72%.
Os setores que mais contribuíram para a subida do índice foram Transportes, com avanço de 17,51%, Alimentação, com alta de 9,98%, e Habitação, com elevação de 9,06%.
Últimas Corporativas
Eletrobras
A expectativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES, é que o lançamento da oferta de ações da Eletrobras seja feito em março, com precificação dos papéis em abril.
O cronograma foi apresentado pelo banco em audiência pública sobre o processo de capitalização da companhia.
Espera-se que o valor total da operação de privatização da Eletrobras chegue a R$ 100 bilhões, a maior operação desse tipo já realizada no Brasil. Desse montante, R$ 25 bilhões irão para o Tesouro com a descotização das usinas da empresa e outros R$ 75 bilhões poderão ser levantados com a venda das ações que a União detém da estatal.
Evino e Grand Cru
A Evino anunciou que manterá a estrutura de gestão separada da Grand Cru, empresa varejista e importadora de vinhos comprada em outubro pela companhia.
Para controlar as duas empresas será criada uma holding, que ainda não tem nome definido, mas que deve faturar R$ 800 milhões em 2022, com 20 milhões de garrafas vendidas. Além disso, no planejamento do ano está a abertura de 35 lojas da Grand Cru e a primeira loja física da Evino.
Carrefour
O Carrefour Brasil informou que o aumento de capital no valor de R$ 4,8 bilhões, aprovado pela AGE, perdeu o efeito.
O aumento estava condicionado à publicação do projeto de reforma do Imposto de Renda, que não saiu.
Grupo Mateus
Pelo segundo ano consecutivo o Grupo Mateus bate recorde em abertura de lojas. Em 2021 foram 44 novas unidades.
Assim, o Grupo fechou o ano com 202 lojas, sendo 61 de varejo, 42 de atacarejo e 99 eletro.