Após uma abertura em campo positivo, a Bolsa local encontra dificuldade para sustentar o sinal verde. Há pouco, o Ibovespa registrava queda de 0,52%, deixando de lado a alta das suas pares americanas na primeira hora de pregão. O mercado reage à divulgação de dados de emprego dos EUA abaixo do esperado em agosto, apesar de apresentar melhora em relação a julho. Por aqui, investidores esperam envio de texto da reforma administrativa ao Congresso amanhã.
A percepção de que a agenda econômica voltou a andar foi reforçada ontem com a aprovação da Lei do Gás na Câmara. Investidores especulam agora o que pode constar da proposta de reforma administrativa, que o presidente Jair Bolsonaro prometeu enviar ao Legislativo amanhã.
O novo marco legal do gás foi aprovado ontem pelos deputados e segue agora para o Senado. O texto, que pode destravar até R$ 43 bilhões em investimentos, prevê a abertura do mercado, especialmente no transporte do combustível. A ideia é que haja uma maior conexão da malha brasileira de gasodutos, e o consumidor contratará capacidade de gás por pontos de entrada e de saída da rede. O texto também inclui restrições à verticalização da cadeia de gás e à atuação de uma mesma empresa em várias etapas do processo.
O mercado era dominado pela Petrobras, que decidiu deixar o segmento e vender ativos associados a ele. Além disso, em 2019, a estatal fechou acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para sair progressivamente do mercado. Uma das iniciativas foi a venda da TAG, adquirida pela Engie Brasil, a GDF International e o Caisse de dépôt et placement du Québec.
No setor elétrico, vale destacar que a Eletrobras recebeu um ofício do Ministério de Minas e Energia informando sobre a edição de Medida Provisória que tentará destravar as obras da Usina Nuclear de Angra 3, paralisadas desde 2015. Entre os pontos, estarão a concessão de uma outorga de autorização para a usina, o processo de definição do preço de energia, a assinatura de um novo contrato de comercialização e a previsão de cláusulas de reajuste e revisão extraordinária de preços.
As obras de Angra 3 são objeto de estudo do BNDES, para viabilizar sua retomada e conclusão e também para definir o custo que o projeto terá até o final. Segundo o ofício, o contrato de fornecimento de energia da central elétrica terá prazo de 40 anos, contados a partir da data de início das operações.
O texto da MP também incluirá, segundo a estatal, uma atualização da legislação sobre os bens da União que são administrados pela Eletrobras. Entre as mudanças, estarão a transferência dos bens utilizados na geração, transmissão ou distribuição aos concessionários sem ônus, ou ainda a venda de bens que não estiverem sendo utilizados nas atividades.
Tecnologia
A disputa entre Totvs e Stone pela Linx segue no radar dos investidores. Após a Stone elevar o valor oferecido por ação da Linx, a Totvs informou ao mercado que vai enviar ainda nesta semana a documentação sobre sua oferta aos conselheiros independentes da hoje rival. A companhia afirmou que o documento incluirá a previsão do pagamento de uma multa de R$ 100 milhões, da Totvs à Linx, caso a transação seja aprovada pelos acionistas das duas empresas, mas barrada pelo Cade. As mudanças vieram após o mercado interpretar que os ajustes feitos pela Stone reduziam as chances de sucesso da Totvs na disputa pelo ativo.
Farmácias
A ação da Pague Menos (PGMN3) começou a ser negociada hoje. Por volta de 11 horas, o papel estreante operava com alta de mais de 10%. A rede de farmácias Pague Menos é a terceira maior do Brasil em número de lojas, de acordo com dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (ABRAFARMA).
A companhia teve a ação precificada na segunda-feira (31) a R$ 8,50 na abertura de capital ? abaixo da faixa indicativa, que variava entre R$ 10,22 e R$ 12,54. Com a venda de 101.054.482 ações, a captação foi de cerca de R$ 859 milhões.