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Termômetro do Mercado: apesar do ânimo melhor nas bolsas, cautela prevalece

A cautela prevalece nesta manhã com investidores buscando mais clareza sobre o plano de estímulo à economia americana no pós-pandemia de COVID-19, ao mesmo tempo que segue atento ao quadro fiscal brasileiro. Por aqui, o principal ponto de atenção é a fala do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que mostrou desconforto com as contas públicas. O mercado também repercute o debate do governo com lideranças do Congresso visando incorporar dispositivos do chamado “orçamento de guerra” no pacto federativo para regulamentar regras fiscais em casos de calamidade.

As bolsas dão sinais de que podem buscar um ritmo positivo nesta quarta e o noticiário é intenso. O setor aéreo, por exemplo, pode ter mais um dia de ganhos após a Smiles divulgar que o faturamento total da empresa aumentou do segundo para o terceiro trimestre. Enquanto isso, a Azul elevou sua posição de liquidez, que inclui caixa e equivalentes de caixa, investimentos de curto prazo e contas a receber, para R$ 2,3 bilhões, superando o montante de R$ 2,25 bilhões do trimestre anterior.

A queda na cotação do barril de petróleo vista hoje no mercado internacional também pode contribuir para os ganhos do setor aéreo, uma vez que reduz os custos. Mas, por outro lado, pode penalizar as ações da Petrobras e de PetroRio, ampliando a queda iniciada ontem diante os preços da commodity.

Na véspera, as ações da Marfrig repercutiram o plano da companhia de aumentar a capacidade de produção de hambúrguer na Argentina. Em comunicado, a Marfrig informou a aquisição da indústria de hambúrguer argentina Campo del Tesoro por US$ 4,6 milhões.

Ainda de olho no mercado interno, destaque para a MRV, que definiu o pagamento de R$ 163,933 milhões em dividendos, ou R$ 0,34014 por ação ordinária, montante aprovado na Assembleia Geral Ordinária (AGO) em abril. O valor será pago de acordo com a posição acionária do dia 13 de outubro e, a partir do dia 14, os papéis passam a ser negociados ex-direitos. O pagamento está marcado para 23 de outubro.

A incorporadora Moura Dubeux, por sua vez, divulgou sua prévia operacional do terceiro trimestre que tem como destaque o índice de venda sobre oferta (VSO), que no período entre julho e setembro chegou a 27,6%, 18,3 pontos porcentuais a mais do que em 2019 e maior que os 10,4% apresentados no trimestre imediatamente anterior. Já o VSO dos lançamentos alcançou a marca significativa de 55,6%, impulsionado por lançamentos focados no público de alta renda.

Na visão do nosso analista de Real Estate, Raul Grego, a reestruturação da dívida com o IPO (oferta pública inicial, na sigla em inglês) e a manutenção dos juros em patamar baixo gerou oportunidade para a companhia na atuação na média e alta renda no Nordeste.

A prévia dos resultados de shoppings brasileiros também deve provocar reação em função dos sinais de recuperação mais consistentes, depois das fortes perdas que o setor sofreu com a pandemia. O faturamento ainda está abaixo do período pré-COVID, mas a queda das vendas, que chegou a 90% em março, ficou em 26,5% em setembro. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), 6 mil lojas, das 11 mil que encerraram atividades entre abril e agosto, já foram reocupadas.