O mercado, hoje, está dividido entre antes das 15 horas e depois das 15 horas, horário de Brasília, momento em que será divulgada a ata da última reunião do comitê de política monetária dos Estados Unidos, o Fomc.
Todos querem pistas que façam entender se o Banco Central norte-americano irá antecipar o aumento da taxa de juros, avaliando que o processo inflacionário nos Estados Unidos não é um movimento passageiro, e quando começará a retirada dos incentivos à economia criados para combater a crise causada pelo Covid-19.
No Brasil, soma-se a esse fator a tensão política que influenciou negativamente essa terça-feira, 6, com o Ibovespa chegando na casa dos 125 mil pontos, em queda de 1,44%, e dólar fechando em R$ 5,20.
Voltando aos Estados Unidos, ontem foi divulgado o desempenho do setor de serviços, que cresceu moderadamente em junho. O índice para a atividade não manufatureira caiu para 60,1, ante 64,0 de maio. Economistas consultados pela agência Reuters estimavam queda para 63,5.
A falta de mão de obra e de matéria-prima está sendo considerada o principal motivo para a queda mais acentuada. O subíndice de pedidos em atraso subiu dos 61,1 de maio para 65,8 em junho.
Os índices futuros americanos têm leves altas nesta quarta, antes ata do Fed. Ontem, tanto S&P 500 como Dow Jones recuaram. Nasdaq subiu 0,2%.
As bolsas asiáticas também tiveram desempenho discreto, fechando de maneira variada, mas sem movimentos bruscos.
Na Europa a quarta-feira começou com as bolsas trabalhando em leve alta.
Brasil
Além das atenções voltadas para os acontecimentos políticos, que devem absorver toda a quarta-feira, hoje pela manhã foram divulgados os dados de vendas do varejo.
Segundo o IBGE, as vendas do comércio varejista subiram 1,4% em maio, em comparação ao mês anterior. A expectativa, segundo projeções da Refinitiv, era alta de 2,4%.
Esse é o segundo crescimento consecutivo do varejo, que está 3,9% acima do patamar pré-pandemia. O setor acumula ganho de 6,8% no ano e de 5,4% nos últimos 12 meses.
Mais cedo, a Fundação Getúlio Vargas divulgou a inflação medida pelo IGP-DI de junho. Alta de 0,11%, após subir 3,40% em maio.
Commodities de maior peso no Índice de Preços ao Produtor Amplo, IPA, como soja, milho e minério de ferro, tiveram recuos importantes de preços na passagem de maio para junho, colaborando para a desaceleração do IGP-DI.
Ambipar
A Ambipar anunciou na noite de ontem, 6, a compra de 100% da Swat Consulting, instalada nos Estados Unidos. Com 19 anos de mercado, a empresa adquirida faturou US$ 7,5 milhões em 2020, atuando no atendimento de emergências ambientais e treinamento. A Swat tem duas unidades nos estados do Michigan e Dakota do Norte.
Essa é a sétima aquisição da Ambipar na América do Norte. Agora, a empresa mantém 19 bases em 10 estados.
BRF
Em uma transação de venture capital, que lhe dá o direito de absorção da tecnologia, a BRF anunciou o investimento de US$ 2,5 milhões na startup israelense Aleph Farms. O frigorífico brasileiro pretende produzir carne cultivada a partir de células bovinas, não geneticamente modificadas, em 2024.
Esse tipo de carne é produzido a partir de células de alta qualidade de animais, sem a necessidade do abate. Essas células são cultivadas em ambiente propício fora do corpo do animal, formando a proteína.
Em fase de testes, a carne cultivada poderá chegar ao mercado brasileiro em forma de hambúrgueres, almôndegas ou embutidos.
Essa é a segunda rodada de investimento da startup israelense, que já levantou US$ 105 milhões de diversas empresas pelo mundo.
Ânima
A Ânima realizou a aquisição de Edtech, Gama Academy, por R$ 33,8 milhões para o controle de 55,7% da companhia, com a opção de compra até final de 2025. A Edtech é uma plataforma digital para formação de habilidades tecnológicas, que atua nos segmentos B2B e B2C. Já foi responsável por formar 30 mil alunos e atender mais de 650 empresas. A aquisição fortalece a transformação digital da companhia. Acreditamos que o papel deva reagir positivamente hoje.
Minerva Food
A Minerva Food fechou captação de US$ 400 milhões por meio de reabertura de bônus com vencimento em 2031. O planejamento inicial estimava captar US$ 250 milhões, mas devido à demanda a companhia elevou o volume da operação.
Os recursos serão usados para refinanciar as dívidas mais caras adquiridas pela empresa no Brasil e no exterior.
Mater Dei
O Hospital Mater Dei anunciou nesta terça-feira, 6, a compra de 70% do grupo hospitalar Porto Dias, formado por dois hospitais em Belém e duas unidades de diagnóstico.
O valor da negociação foi de R$ 800 milhões mais emissão de ações corresponde a 7,1% do capital social total da companhia.
Em fato relevante, foi comunicado que o Hospital Mater Dei tem o direito de comprar os 30% restantes, que pertencem à família fundadora do grupo Porto Dias, com 20% de desconto sobre o múltiplo que o Mater Dei estiver avaliado em bolsa à época.