O mês de agosto começa com agenda econômica forte e uma intensa rodada de balanços corporativos do segundo trimestre. Hoje, tem divulgação do PMI (indicador de atividade) em vários países, terça e quarta, reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no Brasil e, na sexta, payroll (dados da folha de pagamento) nos Estados Unidos. Paralelamente, o mercado reage aos números de BB Seguridade e Porto Seguro divulgados nesta manhã e, após o fechamento da Bolsa, são previstos Itaú, Marcopolo e PetroRio.
A Porto Seguro informou, há pouco, um aumento relevante de sua rentabilidade no segundo trimestre e no primeiro semestre de 2020, decorrente principalmente dos efeitos do isolamento social, que resultou na significativa queda da sinistralidade e consequente melhoria do desempenho operacional. Ao mesmo tempo, a companhia obteve maior retorno das aplicações financeiras no segundo trimestre, que capturou a recuperação dos preços dos ativos e compensou as perdas do primeiro trimestre.
De acordo com release de resultados, apesar dos reflexos da pandemia, as iniciativas adotadas pela empresa desde o início da crise permitiram manter os índices de renovação em patamares elevados e mitigar os impactos principalmente nos Negócios Financeiros, demonstrando a resiliência do seu modelo de negócios em meio a um cenário desafiador de mais um período de crise.
Entre abril e junho, a Porto Seguro registrou lucro líquido (sem business combination) de R$ 656,7 milhões, alta de 72,4% sobre igual período do ano passado.
A BB Seguridade, por sua vez, registrou lucro líquido ajustado de R$ 981,813 milhões no segundo trimestre, cifra 9% menor em relação ao mesmo intervalo de 2019. De acordo com a holding de seguros do Banco do Brasil, a queda foi influenciada pela venda da fatia no ressegurador IRB Brasil Re, em julho do ano passado, deixando de computar o resultado da operação. Pesou ainda, segundo a companhia, o resultado financeiro, impactado pelas controladas, a redução da taxa básica de juros (Selic) e ainda a restituição de capital aos acionistas, ocorrida em abril.
Amanhã (04) será a vez de Alpargatas, Banco Pan, Comgás e Iguatemi reportarem seus resultados, todos após o fechamento do mercado. Até o final da semana, no calendário de balanços, estão ainda Embraer, AES Tietê, Braskem, Gerdau, Klabin, BR Properties, Banco do Brasil, BMG, Burger King, Multiplan, NotreDame Intermédica, Sanepar, ABC Brasil e M.Dias Branco.
De volta à pauta econômica, números melhores da atividade na zona do euro, nos chamados índices PMI da indústria, sustentam sinal positivo nas bolsas. O PMI da Alemanha, por exemplo, subiu a 51, ante previsão de que ficasse em 50. Bolsas americanas podem, porém, ficar instáveis com balanços e na ausência de um acordo para o novo pacote fiscal dos EUA, além das expectativas pelo payroll.
Por aqui, o Boletim Focus mostra que o mercado mantém a expectativa de corte da Selic de 2,25 a 2,00% no fim de 2020, o que reflete a aposta majoritária de redução da taxa na quarta-feira, quando termina o Copom.
Ainda no mercado local, investidores digerem o aval dado pelo presidente Jair Bolsonaro ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para debater a criação da nova CPMF (contribuição sobre movimentação financeira). Além disso, monitoram a possível confirmação de André Brandão, ex-HSBC Brasil, para o comando do BB, após reunião de Bolsonaro com Guedes. Ainda, o investidor repercute articulação no Congresso de saídas alternativas para conseguir ampliar investimentos públicos sem esbarrar na regra do teto de gastos.