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Termômetro do Mercado: Agenda econômica e risco fiscal dividem a semana

A agenda econômica dos próximos dias deve dividir a atenção com o problema fiscal que se agravou na última semana, sendo o principal responsável pelo Ibovespa acumular baixa de 7,28%, no pior desempenho semanal de 2021.

Como consequência dos fatos da semana passada, com o rompimento do teto de gastos cada vez mais sendo dado como certo, a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central marcada para esta semana, ganha ainda mais a atenção dos investidores.

Já estava entendido que o encontro que acontece amanhã e quarta-feira, 27, elevaria a taxa Selic em um ponto percentual. Isso foi dito pelo próprio presidente do Banco Central ao fim da última sessão.

Mas, depois da semana passada, o mercado espera uma reação do Banco Central para conter os danos do risco fiscal, aumentando entre 1,25 e 1,50 ponto percentual a taxa básica de juros, movimento de alta que deve se repetir na próxima reunião do Copom, marcada para dezembro. Para o ano que vem, algumas projeções consideram a taxa Selic entre 10% e 11%.

O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira confirmou a possível tendência de aceleração no ritmo de alta da Selic, elevando a projeção, de 8,25% para o fim deste ano, para 8,75%.

O IPCA foi ajustado, indo de 8,69% para 8,96%. Há 4 semanas era de 8,45%. O PIB também foi revisto, só que para baixo, devendo chegar no fim de 2021 em 4,97%, contra os 5,01% antes projetados.

A semana reserva também outros indicadores importantes. Amanhã será conhecido o IPCA-15 de outubro, com projeção de alta de 0,96% ao mês, elevando a taxa acumulada em 12 meses para 10,07%. Energia elétrica e combustíveis devem ser os protagonistas da alta, desencadeando elevação de itens da indústria, alimentação em casa e serviços.

Outro dado importante é o IGP-M de outubro que sai na quinta-feira, 28, com projeção de alta de 0,44% ao mês, puxando a taxa mensal para 21,48%. Na véspera, porém, serão divulgados o Índice de Preço ao Produtor, IPP, e a taxa de desemprego.

Além dos indicadores econômicos, a semana ganha novas cores com a divulgação dos balanços referentes ao terceiro trimestre das empresas listadas na B3, que começou com a Hypera mostrando seus números após o fechamento do pregão na sexta-feira, 22.

A farmacêutica registrou lucro líquido das operações continuadas de R$ 464,7 milhões no terceiro trimestre de 2021, crescimento de 32,9% na comparação a igual período de 2020.

Hoje, devem ser conhecidos os balanços da Tim, Neoenergia, EDP Brasil, Ecorodovias e Smiles. No decorrer desta semana serão divulgados os resultados da Vale, Petrobras, Banco Inter e Santander.

Nos Estados Unidos a temporada de divulgação de resultados continua. Até agora, das 117 empresas componentes do S&P que apresentaram os seus resultados, 84% tiveram desempenho acima da expectativa. Projeções apontam que empresas que compõem o índice devem crescer 35% no terceiro trimestre.

Na quinta-feira será conhecido o PIB dos Estados Unidos no terceiro trimestre. Economistas acreditam que houve desaceleração do Produto Interno Bruto, que deve ficar em 2,8%.

Uma queda de ritmo creditada aos impactos da variante delta, inflação, problemas nas cadeias de fornecimento e escassez de mão de obra, mas que, segundo analistas, são causas que devem ser minimizadas no quarto trimestre.

Os índices futuros americanos trabalham em leve alta nesta segunda-feira. Já as bolsas da Europa, que estão às vésperas de mais uma reunião do Banco Central Europeu, agendada para quinta-feira, 28, operam próximas da estabilidade.

A expectativa é se o BCE vai ou não manter a sua política monetária em razão da forte pressão inflacionária que incide sobre a zona do euro.

Na Ásia, os principais índices fecharam em alta, mesmo que discretas, após o banco HSBC ter anunciado o seu resultado do terceiro trimestre. Com sede em Londres, mas com foco no mercado asiático, o HSBC divulgou lucro líquido de US$3,54 bilhões no terceiro trimestre de 2021, o que significa mais que o dobro em relação a igual período de 2020, quando apurou US$1,36 bilhão.

Diante do bom desempenho, o banco anunciou o plano de recomprar até US$ 2 bilhões em ações.

Azul

A Azul assinou o Warrant Agreement, que prevê a entrega de bônus de subscrição do direito de compra de 1,8 milhão de ações ordinárias Classe A de emissão da Lilium pela Azul Linhas Aéreas Brasileiras, subsidiária operacional da Companhia, ao preço de 0,12 euros por ação, exercíveis até 22 de outubro de 2026.

O acordo faz parte dos planos de parceria com a Lilium para construir uma malha exclusiva com aeronaves “eVTOL” no Brasil.

IPO

O grupo Cantu Store, especializado em e-commerce de pneus, registrou pedido para oferta inicial de ações na Comissão de Valores Mobiliários, com distribuição primária e secundária.

Segundo prospecto preliminar enviado à CVM, a Cantu Store obteve lucro líquido de R$ 118.123 milhões no acumulado até setembro, valor 19 vezes maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

Aquisição

Sem divulgar valores, a CCR e sua controlada Companhia de Investimentos em Infraestrutura e Serviços, CIIS, fecharam acordo para que a Riopar Participações transfira os 6,33% que detém do capital social da Concessionária do VLT Carioca.

Com a negociação, a CIIS passa a ter 87,15% do capital social da VLT Carioca, empresa responsável pelo sistema de transporte de passageiros por meio de Veículo Leve sobre Trilhos na região portuária e central do Rio de Janeiro.