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Termômetro do Mercado: agenda cheia e noticiário internacional dão ritmo à sessão

A cautela do cenário internacional em função das notícias de novos casos de Covid-19 em diferentes países pode conter o ritmo no mercado local, enquanto investidores absorvem o já esperado corte de 0,75 ponto porcentual na taxa básica de juros (Selic) para 2,25% ao ano e também a divulgação do Índice de Atividade (IBC-Br), indicador reconhecido como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB).

Mais cedo, o Banco Central informou que o IBC-Br despencou 9,73% em abril ante março, na série já livre de influências sazonais. Em março, o recuo havia sido de 6,16% (dado revisado). A queda é reflexo da pandemia do novo coronavírus, que voltou a pressionar a atividade econômica em abril, o segundo mês de isolamento social no Brasil.

Na véspera, três dos quatro grandes bancos anunciaram redução de juros logo após o Comitê de Política Monetária (Copom) comunicar o corte da Selic. O Bradesco, por exemplo, vai cortar as taxas de suas principais linhas de crédito a partir de segunda (22), mesmo dia em que o Banco do Brasil também reduzirá os porcentuais, especialmente no financiamento a veículos, em empréstimos consignados e no crédito rotativo. O Itaú Unibanco, por sua vez, vai repassar integralmente o corte da Selic em suas linhas de crédito para pessoas físicas e jurídicas.

De volta à Bolsa, as ações da Vale devem repercutir hoje a liberação judicial do complexo de Itabira (MG), que estava com atividades paralisadas há mais de uma semana. O Ministério Público havia pedido a interdição por denúncias de aumento de casos da Covid-19 entre os trabalhadores do local. A Subsecretaria liberou as atividades por entender que a mineradora tomou medidas “suficientes” para reduzir os riscos de contaminação dos funcionários.

A interdição do complexo alimentou, na China, temores que já eram observados em maio, de que a disseminação da pandemia no Brasil reduzisse a oferta do insumo em escala global, e com isso, os preços dispararam, mantendo-se acima de US$ 100 a tonelada desde então.

A commodity fechou em queda de 1,62% em Qingdao, na China, com o mercado monitorando justamente a segunda onda da Covid-19 no país asiático, que pode desacelerar a retomada da atividade. Vale lembrar que foi lá o primeiro epicentro mundial da doença e, até o momento, o primeiro país a mostrar aceleração econômica no pós-quarentena.

No campo político, pode gerar algum ruído de curto prazo nos mercados a notícia da prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar do gabinete de Flávio Bolsonaro, quando este era deputado estadual no Rio de Janeiro.