No encerramento do seu ano safra, a receita líquida da São Martinho (SMTO3) atingiu R$ 1,8 bilhão (+22,3% na comparação anual). O resultado é reflexo do momento positivo para o açúcar, que apresentou altas nos preços e volumes comercializados de 27,8% e 10,1% respectivamente. Para o etanol, a queda nos preços foi atenuada por um maior volume de exportação, que apresentava melhores margens. O Ebitda ajustado totalizou R$ 917 milhões (+18,9%), com uma margem de 50,5%. A queda na rentabilidade foi reflexo da marcação a mercado dos ativos biológicos, elevando o CPV e gerando um maior custo caixa por ATR (+14,5%). Com relação à posição de hedge, considerando o fechamento do trimestre, em 31 de março, a companhia tinha 712,7 mil toneladas de açúcar fixadas para a safra 23/24, a um preço médio de R$ 2.391 por tonelada (-5,8% em relação à safra 22/23). Visto que esses preços fixados se encontram acima da curva futura, acreditamos que a estratégia da companhia de maximizar a produção do açúcar em relação ao etanol se mostra acertada, devendo amenizar a queda nos preços dos combustíveis. Em nossa visão acreditamos que o preço da ação já reflete um prêmio justo pela capacidade de gestão da companhia. Ademais, as atuais discussões políticas acerca das regras de preços da Petrobras e tributárias trazem um risco adicional para todo o setor. Dito isso, mantemos uma recomendação neutra para SMTO3, com preço-alvo de R$ 33,00.