A Rumo divulgou na sexta-feira o resultado operacional de junho com um retorno de crescimento no volume transportado de 12% a/a, puxado principalmente pelo milho, que registrou uma alta acima de 130%. A base de 2021 sofreu o impacto da quebra na safra do grão, mas a safra atual mostrou a consistência dos anos normalizados. Do lado negativo, o volume de soja seguiu sofrendo com menores colheitas, apresentando um recuo de 8%, e o açúcar seguiu pressionado com a arbitragem para o etanol em meio ao aumento do preço do combustível. Excluindo os volumes da Malha Central, a companhia registrou um aumento de 7% a/a no volume de TKUs. Olhando para o guidance de volume divulgado, a Rumo atingiu 51% da ponta mais baixa, trazendo melhores perspectivas para o atingimento da projeção. Contudo, o alinhamento do volume ao piso do guidance e a revisão da expectativa da Conab para safra de milho trazem inseguranças para o ano projetado da Rumo, que encontra disputa de tarifas no corredor norte de exportação. Além disso, a Rumo anunciou no mesmo dia a venda de 80% das ações que detinha na controlada Elevações Portuárias S.A. (que opera e controla os terminais T16 e T19 no Porto de Santos) para a Corredor Logística e Infraestrutura, focando na logística ferroviária e na execução dos projetos estratégicos de expansão. A operação foi avaliada em R$ 1,4 bilhão (5% do market cap da Rumo) e ainda está sujeita às aprovações do Cade e da Antaq. O movimento é positivo para a Rumo, que possui alguns projetos em andamento que demandarão investimentos bilionários, como o de Lucas do Rio Verde, a renovação da Malha Paulista e as obras da Malha Central. Assim se faz necessária a desalavancagem da companhia, que encerrou o primeiro trimestre em 2,7x (R$ 9,4 bilhões)