O Dia das Bruxas já passou, mas não para o Bradesco que teve sua noite de halloween desapontando mesmo o mais pessimista dos analistas. Com o menor lucro trimestral desde o segundo trimestre de 2018, excluindo o período da pandemia, o Bradesco desapontou. O lucro de R$ 5,2 bilhões ficou 21% abaixo de nossas estimativas e 16% abaixo do mais pessimistas dos analistas de mercado, que projetava lucro de R$ 6,2 bilhões. Os destaques negativos do resultado foram: (i) aumento de 37% t/t e 116% a/a na despesa líquida de provisão que chegou a R$ 7,3 bilhões, a segunda maior da história em um único trimestre; (ii) inadimplência manteve a tendência de alta com evolução de 0,4p.p. no 3T22 chegando a 3,9% e ultrapassando o patamar pré-pandemia; e (iii) margem com o mercado negativa em R$ 1,2 bi impactada negativamente pelo aumento do CDI ao longo de 2022. No aspecto positivo, destacamos: (i) boa evolução de 24,7% a/a da margem com clientes; e (ii) manutenção pelo terceiro trimestre consecutivo da inadimplência antecedente, o que sinaliza que o ciclo de inadimplência pode estar próximo do fim. Diante do exposto acima, mantemos a recomendação de compra com preço alvo de R$ 30,00. Diante do exposto, atualizamos nossas premissas macro, incorporamos o novo Guidance de provisões e ajustamos a taxa de desconto chegando assim ao novo preço-alvo para R$ 21,00 para o final de 2023. Portanto, diante das dificuldades enfrentadas pelo Bradesco e a sinalização de que dias piores ainda estão por vir, mudamos a recomendação para Neutra.