O Banco Pan divulgou um bom resultado, com lucro líquido de R$ 193 milhões no 3T22, em linha com o trimestre anterior, refletindo no ROE ajustado de 15,3% a.a.. O ajuste desconsidera a amortização de ágio de R$ 32 milhões. Os destaques positivos do resultado foram: (i) crescimento de 15% t/t e de 31% a/a da receita de prestação de serviços financeiros; (ii) evolução da carteira de cartão de crédito consignado de 47,8% t/t; (iii) manutenção da tendência de alta da margem financeira gerencial, que chegou a 12,6% no 3T22; (iv) custos evoluindo 7% a/a, abaixo da inflação no período. No lado negativo, destacamos: (i) evolução de 20 bps do custo do crédito, que chegou a 5,4% e (ii) inadimplência acima de 90 dias, que voltou ao patamar do 1T22 de 6,8% após recuar 10 bps no 2T. A carteira de crédito consignado registrou ligeira retração trimestral, com a forte redução na antecipação de saque aniversário do FGTS que foi parcialmente compensada pelo forte crescimento de 47,8% t/t do cartão consignado. A nova modalidade de cartão benefício explica essa evolução, pois além dos 5% do cartão de crédito, acrescenta outros 5% na margem consignada e, com isso, a originação no produto cartão consignado chegou a R$ 1,2 bi no 3T22. As demais linhas, crédito a veículos, cartão de crédito tradicional e empréstimo pessoal, continuam apresentando evolução, com o total da carteira chegando a R$ 36,2 bilhões (+9% a/a). Já esperávamos um crescimento mais moderado em 2022, com a originação voltada para linhas de crédito com maiores colaterais e ligeiro aumento da inadimplência. Entendemos que a companhia tem adotado medidas mitigadoras do risco de crédito que estão até agora surtindo efeito, além do rigoroso controle das despesas. Esperamos uma reação positiva do mercado frente ao resultado apresentado e mantemos nossa recomendação de compra com preço alvo de R$ 12,00.