Em nossa visão, apesar de claramente ter apresentado um resultado impactado pela deterioração do cenário macroeconômico e ainda ter grandes desafios de demanda para bens duráveis/eletrônicos em sua operação devido a sua maior exposição a essa categoria quando comparado aos pares do setor, o Magazine Luiza reportou um resultado misto e melhor que o esperado pelo consenso de mercado. Vimos com bons olhos a recuperação de rentabilidade no trimestre, por meio de margens mais saudáveis e como resultado tanto da maior monetização do seu marketplace quanto do repasse gradual da inflação aos custos. Mesmo tendo em vista toda a dificuldade relacionada à queda do consumo devido à diminuição do poder de compra da população, a companhia conseguiu reportar um crescimento de GMV do e-commerce de 16,2% a/a (vs. +21,7% AMER3 e vs. +3% VIIA3). As lojas físicas totalizaram R$ 3,9 bilhões de vendas totais (6,2% a/a), entretanto, no quesito de mesmas vendas, a companhia apresentou o pior número do setor das empresas de e-commerce horizontais do nosso universo de cobertura, reportando uma retração de 2,8% de mesmas vendas (vs. +10,3% AMER3 e vs. +0,3% VIIA3). Apesar disso, a MGLU3 conseguiu apresentar uma evolução frente ao último reporte de -22,8% de mesmas vendas das lojas físicas do quarto trimestre de 2021. Por fim, o resultado apresentado foi impactado pelo forte aumento de 147,8% das despesas financeiras no trimestre em consequência do aumento da taxa de juros, fazendo com que a companhia revertesse o lucro líquido ajustado do primeiro trimestre de 2021 de R$ 82 milhões para um prejuízo de R$ 99 milhões no primeiro trimestre de 2022.