A Lojas Quero-Quero (LJQQ3) apresentou um resultado fraco, ainda bastante impactado pelo cenário econômico macro desafiador. A receita bruta de varejo ficou relativamente estável, com crescimento de apenas 0,6% na comparação anual, impactada pela queda no same store sales (SSS) de 6,4% e beneficiada pela expansão da base de lojas. Já a receita bruta de serviços financeiros foi de R$ 319,2 milhões (+11,3%), com a carteira líquida de crédito atingindo R$ 892 milhões (+26,5%), consequência do aumento da participação do cartão Verde Card nas compras dentro das lojas e da oferta de planos de pagamentos mais longos. A inadimplência da carteira se manteve praticamente estável (-0,1 p.p.). Com isso, a receita líquida atingiu R$ 560,3 milhões (+0,7%), com a receita de mercadorias totalizando R$ 386,2 milhões, enquanto o desempenho de serviços foi de R$ 171,1 milhões (+11,4%). Já o lucro bruto totalizou R$ 188,4 milhões (+0,8%), com margem bruta (como percentual da receita bruta para refletir as mudanças contábeis de novas regras fiscais e melhor comparabilidade) de 29,2% (-0,7 p.p.), impactada principalmente pela menor margem de serviços financeiros dado o aumento do custo de captação. No operacional, o Ebitda totalizou R$ 47,8 milhões no trimestre (+0,6%), com a margem Ebitda atingindo 7,4% (-0,2 p.p.), refletindo a desalavancagem operacional e as despesas com a expansão. Ainda, na última linha, a companhia reportou prejuízo líquido de R$ 5,9 milhões (ante prejuízo de R$ 4,4 milhões no segundo trimestre de 2022), consequência também do aumento do custo da dívida. Apesar da queda da taxa de juros, ainda vemos o cenário bastante adverso para o varejo de construção, assim como uma recuperação mais lenta e maturação mais longa das novas lojas, o que deve continuar a pressionar os resultados da empresa. Com isso, mantemos nossa recomendação neutra.