Com quedas de faturamento em praticamente todas suas unidades de negócio, a JBS (JBSS3) apresentou um trimestre fraco, mas acima de nossas expectativas, impactado pelo ciclo de gado desfavorável na América do Norte e pela pressão com os custos das commodities. No mercado doméstico, a Seara apresentou uma queda de 3% na comparação anual na sua receita, resultado de uma exportação mais fraca; de excesso de oferta de aves global, que continua a impactar os preços em dólares (-14%), e dos altos custos de produção, resultando em uma queda de 72,1% no Ebitda da operação. Para a unidade de Bovinos Brasil, a receita se manteve praticamente estável com a retomada das exportações para a China e um preço em dólar 10% acima, mas com um volume mais fraco, dinâmica oposta da operação doméstica, em que tivemos queda de preços, devido ao momento atual do ciclo do gado, e incremento de volume. Na operação bovina norte-americana, a dinâmica continua parecida com o observado no trimestre passado, com a alteração no ciclo do gado, em que se tem cada vez menos animais disponíveis para abate e, consequentemente, maior custo de aquisição de animais vivos. Segundo o USDA, o preço do gado já subiu 26%, enquanto o preço do corte teve uma alta de apenas 17%. Dessa forma o Ebitda apresentou uma forte queda de 85,8% com uma margem de apenas 1,5%. Para a operação de suínos, o preço do corte chegou a uma queda de 21%, ainda refletindo os efeitos dos altos níveis de estoque vistos no trimestre passado, mesmo que já tenham apresentado uma queda de 14% desde o pico dos estoques em abril. No mercado internacional, os dados do USDA acumulados para o ano indicam um aumento de exportações de carne suína em 10%, especialmente para a China, a Coreia do Sul e o México. Por outro lado, o custo com grãos para utilização na ração ainda se manteve em patamares altos, comprimindo ainda mais as margens da operação, reportando uma queda de 43,2% em seu Ebitda e uma margem de 4,4%.