Com a recente privatização da Eletrobras, a nossa tese de investimento e recomendação de compra para a companhia são baseadas na reformulação da estratégia e nos ganhos de eficiência que poderão ser obtidos como uma empresa privada, mas que somente serão capturados após a entrada da nova diretoria. Com isso, não vemos os resultados do 2T22 como um catalisador importante, apesar de terem vindo abaixo das nossas estimativas. A receita líquida recorrente ficou praticamente estável t/t e em linha com as nossas projeções, mas o EBITDA ajustado do 2T22 sofreu na comparação anual (+5,7% a/a) com o aumento das despesas com pessoal, material, serviços de terceiros e outros (PMSO ajustado +21% a/a) e com a mudança de uma provisão positiva no 2T21 para negativa em R$586 milhões no 2T22, compensando quase todo o aumento da receita no período. Essa variação considera apenas as provisões recorrentes, sendo que o 2T22 ainda foi impactado por alguns não recorrentes, com destaque para a constituição de perdas no investimento da Santo Antônio Energia (SAESA) de R$890 milhões relacionado a parte do aumento de capital de R$1,6 bilhão em junho. Além disso, os ajustes financeiros decorrentes da assinatura dos novos contratos de concessão associados ao processo de privatização também contribuíram negativamente com o resultado no montante de R$356 milhões. Esse aumento de provisões e o ajuste da capitalização foram as principais causas para o lucro líquido mais fraco no trimestre (R$1,4 bilhão), o qual considera o ganho de capital de R$897 milhões referente à venda de Itaipu para a ENBPar relacionado ao processo de capitalização da Eletrobras e registrado como lucro de operações descontinuadas.