A Cielo (CIEL3) reportou outro bom resultado, consolidando a tendência de ganhos de margem provocada pela alavancagem operacional e melhor eficiência. O Ebitda recorrente chegou a R$ 1,1 bi (+44% em comparação com o mesmo período do ano passado) com margem de 39,7%, o maior patamar de margem desde o primeiro trimestre de 2018. A receita líquida, por sua vez, foi de R$ 2,8 bilhões com yield estável em relação aos trimestres anteriores, mas com evolução de 7 bps em função da reprecificação dos serviços promovida pela Cielo ao longo de 2022. Ainda assim, quando olhamos o dado consolidado, a receita líquida continua em trajetória retração no comparativo anual, com recuo de 12,3% em função da descontinuidade das outras controladas, como MerchantE, por exemplo. Olhando apenas as operações remanescentes Cielo e Cateno, a receita líquida registrou crescimento de 24%. A descontinuidade das outras controladas também explica a evolução da margem Ebitda, uma vez que eram detratoras de performance. Por outro lado, eficiência continua ser a palavra-chave no caso da Cielo, pois, mesmo com o recuo das receitas consolidadas, as despesas continuam retraindo em uma velocidade maior. Os gastos totais foram de R$ 1,9 bi no quarto trimestre de 2022, queda de 28%. Apesar da mudança que o setor passou, a Cielo conseguiu se reinventar e vem em uma boa trajetória de recuperação de margens. Continuamos com uma visão construtiva na tese com o compromisso da gestão em busca de melhor eficiência em função da forte disciplina de gastos com a descontinuidade de projetos que queimavam caixa, como o LIO, e, para 2023, o foco segue em melhorar a rentabilidade da operação. Portanto, reforçamos a recomendação de compra com preço-alvo de R$ 7,00 para o final de 2023.