O Bradesco reportou lucro líquido recorrente de R$ 7,0 bilhões no 2T22, superior 3,2% t/t e 11,4 a/a, levemente acima do consenso de mercado e das nossas estimativas, com ROE de 18,1% (+0.5 p.p. a/a). Os principais pontos do resultado foram: i) o bom desempenho da margem financeira com clientes (+25,8% a/a), que compensou o resultado negativo da tesouraria, devido ao maior volume da carteira e mix voltado para linhas de crédito com maiores spreads, ii) as melhores receitas de prestação de serviços (+6,7% a/a) refletindo principalmente o bom desempenho das receitas com cartões, iii) aumento da carteira de crédito expandida (+17,7% a/a), totalizando R$ 855,4 bilhões em junho e, iv) a recuperação do resultado das operações de seguros (+135,5% a/a), onde a boa performance do faturamento e o melhor resultado financeiro amenizaram o aumento do índice de sinistralidade. Além disso, as despesas operacionais do banco tiveram um aumento anual de 4,9%, bem abaixo da inflação acumulada do período, demonstrando bom controle de custos. Esses pontos positivos citados acima estão compensando o elevado aumento anual de 52,4% nas despesas de provisão. A companhia apresentou forte expansão no saldo dos seus empréstimos, com destaque para as linhas de crédito para pessoas físicas (cartões, crédito pessoal, veículos e imobiliário) e pessoas jurídicas. Por outro lado, seu índice de inadimplência também foi ampliado, conforme já era esperado, chegando a 3,5% no 2T22 vs. 3,2% no 1T22 e 2,5% do ano anterior, com tendência de alta, seguindo como ponto de atenção. Em relação ao guidance para 2022, destaque para as linhas de carteira de crédito, margem com clientes e resultado com seguros, que já vieram acima do previsto.