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BBDC4 é prejudicado por inadimplência e provisões

O Bradesco (BBDC4), mais uma vez, divulgou um resultado fraco, com ROE de 11,1%. Estamos alertando há algum tempo que a retomada da rentabilidade deve ser mais lenta do que muitos do mercado esperam. Uma safra com problema em crédito massificado tende a provocar problemas por um período prolongado de tempo. Entregando uma rentabilidade abaixo do custo de capital, não justifica, em nossa visão, a ação estar negociando acima de valor patrimonial. Hoje BBDC4 negocia a 1,1x P/BV. Acreditamos que a rentabilidade deva voltar para o patamar de 18%, perseguido pela gestão do banco, apenas no segundo semestre de 2024, o que sustenta nossa recomendação de venda. Voltando ao resultado, os destaques positivos foram: (i) bom resultado da unidade de seguros, com resultado registrando crescimento acima de 30%, e (ii) margem com o mercado seguindo em tendência de melhora e cada vez mais próxima do ponto de inflexão. Já na ponta oposta, os destaques negativos do resultado foram: (i) inadimplência disparou 80 bps na comparação trimestral, chegando a 5,9% com a deterioração da qualidade da carteira de pessoas físicas e MPEs; (ii) inadimplência antecedente de grandes empresas avançou 60 bps com o atraso de Americanas, que já está 100% provisionado, e (iii) provisões somaram R$ 10,4 bilhões, com o custo do crédito chegando a 4,8%. O Bradesco está mais seletivo na concessão de crédito, com a carteira encolhendo 1,2%, o que levou a instituição financeira a revisar para baixo sua estimativa de crescimento de crédito no ano, de uma expectativa anterior de crescimento entre 6,5% e 9,5% para uma faixa entre 1% e 5% atualmente. Com isso, o guidance de crescimento de margem financeira também foi reduzido para uma faixa entre 2% e 6%. Mantemos a recomendação de venda para BBDC4, pois, negociando a 1,1x P/BV e entregando um ROE muito abaixo de seu custo de capital, acreditamos que o mercado está esperando uma recuperação mais rápida, o que não deve acontecer. Em nossas estimativas, o Bradesco só deverá voltar a apresentar ROE acima do custo de capital em meados de 2024.