O Banrisul divulgou seu resultado do 2T22 com lucro líquido de R$ 227,8 milhões se posicionando 21% acima do consenso, superior em 38,8% no trimestre, porém menor em 19,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O resultado trimestral foi beneficiado pela menor despesa com provisão de crédito, que recuou de R$ 246,5 milhões para R$ 202,3 milhões, refletindo principalmente a rolagem da carteira por níveis de risco diante da ampliação do volume emprestado. Na comparação anual o desempenho do banco foi impactado pela margem financeira, que continuou mais pressionada (-10,7%) diante do mix mais conservador e do crescimento do custo de captação em maior velocidade que o crescimento das receitas com juros em um contexto de elevação da taxa Selic, e pelo aumento de 9,5% nas despesas administrativas. As receitas de serviços aumentaram em 7,5% a/a, impulsionadas pelo crescimento de 28% nas receitas da Banrisul cartões, que compensaram as menores receitas de taxa de administração de consórcio (-38,5%) e comissão de corretagem de seguros (-2,4%). A carteira de crédito alcançou o volume de R$ 44,5 milhões (+21,7% a/a), puxada pelo crédito rural (+61,3%), seguido por PJ (+26,9%), imobiliário (+18,5%) e PF (+12,9%) com destaque para o consignado. O índice de inadimplência até diminuiu, encerrando o período em 1,78% vs. 1,95% em março de 2022 e 2,23% em junho de 2021. O guidance para 2022 foi revisado conforme a seguir: i) ajuste na margem financeira para um intervalo inferior (1% a 5% ante 4,5% a 8,5%) visto a continuidade do ciclo de aperto monetário na economia por um período mais prolongado que o esperado, ii) elevação no crescimento esperado para o crédito rural (45% a 50% ante 35% a 40%), impulsionado por maior dinamismo no setor e pelo lançamento do Plano Safra, que superou as expectativas iniciais, iii) ajuste no crescimento da carteira de crédito PJ (28% a 33% ante 33% a 38%) e, iv) redução as despesas de provisão, demonstrando melhora na qualidade do crédito. Em nossa visão, existem outros bancos mais preparados para apresentar um maior crescimento de margem financeira e que estão sendo negociados a preços mais atrativos. Além disso, 2022 é um ano de eleição para governadores e presidente, o que pode gerar piores performances relativas nos bancos públicos frente aos pares privados.