Após migrar suas ações da B3 para a bolsa americana, passando a ter ações listadas na Nasdaq e BDRs negociados na B3, Inter&Co divulgou o resultado do 2T22, reportando lucro líquido de R$ 15,5 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 30,5 milhões do mesmo períododo ano anterior. Alguns destaques foram o aumento de 130% a/a na receita bruta total e o aumento de 73% a/a na sua base de clientes, alcançando 20,7 milhões. Além disso, sua receita média por cliente ativo aumentou em 16% a/a e seu custo de servir reduziu em 4% na mesma comparação. A companhia segue evoluindo em todas as linhas de negócios, com destaque para: i) receitas de floating que cresceram 286% a/a decorrente do alto volume de depósitos à vista e da alta da Selic, ii) receitas do Inter Shop que ampliaram em 101% a/a com take-rate de 11,4% (+4.2 p.p. a/a) e GMV de R$ 1,0 bilhão (vs. R$ 800 milhões do 2T21), e iii) receita de cartões maior em 84% a/a, devido as novas políticas na concessão de crédito, representando a maior parte das receitas de serviços (57%). No mais, segue evoluindo na integração dos serviços da USEND, mantendo o foco na expansão internacional que vai alavancar com mais força a sua sexta avenida de crescimento (Cross Border Services) ao longo do ano. Por outro lado, houve aumento anual de 5.5 p.p. no custo de funding, além das maiores despesas com pessoal (+85% a/a) e administrativa (+35% a/a). Na parte de crédito, a carteira ampliada encerrou o período com volume de R$ 19,5 milhões, distribuída entre cartão de crédito (31%), crédito imobiliário (29%), consignado (23%) e empresas (15%). Um ponto de atenção é a inadimplência da carteira, que ficou em 3,9% no 2T22 ante 3,3% no 1T22 e 3,0% no 2T21, refletindo em grande parte a inadimplência da carteira de cartão de crédito que atingiu 7,9% no 2T22 vs. 6,6% no 1T22, com tendência de alta gradual. Na comparação com outros bancos focados em pessoas físicas, apesar de ter aumentado sua participação em cartão de crédito, o Inter apresenta, de forma geral, uma carteira de crédito diversificada e conservadora, operando em linhas com garantia como consignado e imobiliário, sendo 73% da sua carteira com algum colateral. Vemos o resultado negativo pois as despesas seguem crescendo na mesma velocidade das receitas e a rentabilidade não apresenta evolução.