O Banco do Brasil apresentou mais um forte resultado no 2T22, com lucro líquido ajustado dando um salto de 18% no trimestre e 55% comparando com o ano anterior, alcançando R$ 7,8 bilhões, cerca de 18% acima do consenso e 16% acima da nossa estimativa. Os destaques do resultado foram: i) o aumento na margem financeira bruta em 18,9% a/a, influenciada pelo melhor resultado de tesouraria (+136,2% a/a) e pelas maiores receitas com crédito (+45% a/a) compensando as maiores despesas com captação (+205,7%) e, ii) o crescimento de 8,9% a/a nas receitas de serviços puxado pelo desempenho nos segmentos de administração de fundos (+17,5% a/a), cartões (+14,7% a/a) e operações de crédito (+29,9% a/a). Esses pontos positivos mais que compensaram o crescimento nas despesas de provisão, que vieram mais controladas (+2,3% a/a). Do lado das despesas, a companhia vem apresentando bom controle de custos, com as despesas administrativas avançando 5,7% a/a, abaixo da inflação do período, e com um índice de eficiência de 33,2%, melhor índice da séria histórica. A carteira de crédito ampliada registrou incremento de 19,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior, com crescimento em todas as linhas conforme descrito a seguir: pessoa física (+14,1%) impulsionada principalmente pelo cartão de crédito seguido do consignado, pessoa jurídica (+19,1%) puxada por recebíveis seguido por TVM e capital de giro, agronegócio (+27,3%) com destaque para o certificado de direitos creditórios do agronegócio que cresceram em mais de quatro vezes no ano e para cédula de produto rural e garantias. O índice de inadimplência foi de 1,89% em março de 2022 para 2,00% em junho de 2022, com tendência de alta gradual, assim como registrado pelos pares privados. Diante do desempenho positivo do 2T22, a companhia revisou o guidance para cima nas linhas do lucro líquido (R$ 27 a R$ 30 bilhões ante R$ 23 a R$ 26 bilhões), margem financeira bruta (13 a 17% ante 11 a 15%), carteira de crédito (12 a 16% ante 8 a 12%), receita de serviços (6 a 9% ante 4 a 8%) e PCLD (R$ 17 a R$ 14 bilhões negativos ante R$ 16 a R$ 13 bilhões negativos). Apesar da expectativa positiva, mantemos a recomendação neutra e preço alvo de R$ 46,00. A BBAS3 já registra o melhor desempenho no acumulado de 2022 dentre os grandes bancos listados e acreditamos que esse bom momento de evolução do resultado já esteja precificado. Ainda, é comum em ano eleitoral vermos as estatais descolando de seus fundamentos, como temos acompanhado de maneira mais forte na Petrobras. Portanto, mantemos uma visão mais cautelosa para BBAS3.