O ABC Brasil apresentou bom resultado, com lucro líquido de R$ 201,7 milhões no 2T22, crescimento de 10% t/t e 48% a/a, se posicionando 8,6% acima do consenso de mercado, refletindo do aumento anual de 4.3 p.p. no ROE (16,6% vs. 12,3%). Os destaques do resultado foram a ampliação de 38% a/a na margem financeira, impulsionada pelo aumento do patrimônio líquido remunerado a CDI (+291% a/a), refletindo principalmente a elevação da taxa Selic no período, e pela margem com clientes, que cresceu 26% a/a, diante do maior spread da carteira, e um mix mais favorável, com maior participação do segmento middle, compensando a queda na margem com o mercado. As receitas de serviços ampliaram em 45% a/a, impulsionada pela linha de banco de investimento que registrou fortes receitas em DCM e M&A no trimestre, além da manutenção da linha de tarifas e seguros. A carteira de crédito expandida apresentou crescimento de 13,6% comparando com o mesmo período do ano anterior, com destaque para o segmento de middle (+34% a/a), passando a representar 8,1% do total emprestado (ante 6,9% do ano anterior). Vale comentar que o banco registrou índice de inadimplência de 0,4% no 2T22 e os empréstimos classificados entre as faixas D a H estavam representando 3,3% no período, ambos abaixo da média histórica, demonstrando melhor qualidade de crédito. As despesas de provisão tiveram aumento de 39% no trimestre, considerando a provisão adicional de R$ 50 milhões para C&IB e corporate. Dentro da estratégia da companhia, as despesas de pessoal e administrativas continuaram crescendo (+47% a/a), dada a maior inflação no período e o desenvolvimento de iniciativas estruturantes, incluindo a continuidade da expansão no segmento middle, o lançamento de novas linhas de negócio e as frentes de inovação e digitalização. Em nossa visão, o ABC vem desempenhando um bom trabalho, investindo em tecnologia e em novas iniciativas de receitas, que devem trazer maior diversificação e resiliência para o resultado do banco, o que, associado ao aumento do segmento middle na carteira e ao CDI mais elevado no ano, gera boas perspectivas para 2022