Ao contrário da semana passada, que foi fraca em termos de indicadores, esta trará nos próximos dias vários fatos capazes de movimentar os mercados.
O principal deles vem dos Estados Unidos, com a reunião de dois dias do Comitê de Mercado Aberto, Fomc, do Banco Central norte-americano.
O encontro começa amanhã e, de acordo com a maioria dos economistas pesquisados pela Bloomberg, deve resultar no comunicado de que os juros sofrem elevação de 0,25 ponto percentual em março.
Essa seria a primeira de quatro altas que analistas projetam para 2022.
Jerome Powell, presidente do Fed, dará entrevista coletiva ao fim da reunião na quarta-feira, 26.
Ainda sobre a economia norte-americana, está agendada para quinta-feira, 27, a divulgação da primeira estimativa preliminar do Produto Interno Bruto referente ao 4T21.
No Brasil, talvez o dado mais importante seja anunciado na quarta-feira, 26, quando será conhecida a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA-15, de janeiro.
Estimativas apontam para alta entre 0,43% e 0,45%, fazendo com que o acumulado de 12 meses oscile entre 10,04% e 10,06%.
No Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, as estimativas para o IPCA em 2022 foram alteradas de 5,09% para 5,15%. Há quatro semanas estava em 5,03%.
PIB e Selic tiveram as projeções mantidas. Para 2022 a estimativa é que o PIB seja de 0,29%, abaixo dos 0,42% projetados há quatro semanas, e que a Selic termine o ano em 11,75%, devendo cair para 8% em 2023 e estacionando em 7% em 2024 e 2025, segundo o Boletim.
A semana ainda reserva as divulgações do IGP-M de janeiro, pela Fundação Getulio Vargas, prevista para acontecer na sexta-feira, 28, e dos dados de criação de emprego do Caged de dezembro, que devem ser publicados na quinta-feira, 27.
Na Europa, o PMI Composto anunciado nesta segunda-feira mostrou que a recuperação da economia na zona do euro enfraqueceu ainda mais neste mês. O índice caiu dos 53,3 pontos registrados em dezembro, para 52,4 em janeiro. Essa é a leitura mais fraca desde fevereiro e abaixo das expectativas que eram de 52,6 pontos.
Além da inflação, o enfraquecimento é justificado pelas novas restrições para conter a variante ômicron, com forte impacto no setor de serviços.
O PMI do segmento caiu para a mínima de nove meses, indo de 53,1 pontos para 51,2.
Mercados
Nesta segunda-feira os índices futuros americanos têm leves perdas. Na Europa, as principais bolsas também transitam no terreno negativo, mas com um pouco mais de força devido ao crescimento da tensão com a mobilização de tropas da Rússia na fronteira da Ucrânia.
A inteligência dos Estados Unidos indica que a invasão da Ucrânia pela Rússia pode ocorrer em um mês.
Na Ásia, que aguarda a reunião do Federal Reserve e monitora a tensão no leste europeu, as bolsas fecharam a segunda-feira sem um movimento único.
Os índices Shanghai, da China, e o Nikkei, do Japão, tiveram discretas altas de 0,04% e 0,24%, respectivamente. No campo negativo ficaram o Hang Seng, de Hong Kong, com queda de 1,24%, e o Kospi, da Coreia do Sul, com recuo de 1,49%.
Últimas Corporativas
Gol
Segundo comunicado divulgado nesta segunda, a Gol fechou financiamento de até US$ 600 milhões com a Castlelake LP para a aquisição de novas aeronaves 737 MAX 8, da Boeing.
A transação contempla 10 arrendamentos financeiros com taxa de juros de até 6% ao ano, menor em relação aos custos de arrendamentos operacionais das aeronaves atuais. Também estão previstos dois sale-leasebacks.
Americanas
A partir de hoje deixam de ser negociados na B3 os papéis da Lojas Americanas. Com o fim da reorganização societária, serão vendidas apenas ações da Americanas ON.
Segundo aviso da companhia aos acionistas, serão emitidas 355.821.073 de novas ações ordinárias da Americanas em favor dos acionistas de Lojas Americanas, a serem creditadas na próxima quarta-feira, 26.
Braskem
Na quinta-feira, 27, acaba o período de bookbuilding, que define o preço para oferta secundária da Braskem.
Petrobras e Novonor detêm 154,9 milhões de ações preferenciais da companhia, podendo levantar mais de R$ 8 bilhões com a venda dos ativos.
JHSF
A JHSF fará sua 11ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, em série única no valor de R$ 200 milhões.
Os recursos captados serão utilizados em 100% para o reforço de capital de giro e refinanciamento do passivo financeiro da companhia.
Sinqia
Depois de finalizar o 6º programa de recompra de ações em que o objetivo de adquirir mais de 5 milhões de ações ordinárias foi atingido, a Sinqia anunciou o novo programa de recompra de ações.
Agora, ela pode readquirir até 10% dos papéis que estão em circulação atualmente, o que corresponde a cerca de 7,5 milhões de ações ordinárias.
Oi
A geração de caixa operacional da Oi apresentou resultado negativo de R$ 165 milhões em novembro, segundo seu relatório mensal de atividades da empresa. Em outubro esse número foi de R$ 136 milhões, também negativo.