O Inter divulgou seus dados operacionais do 4T21, mostrando bons números, com destaque para o número total de correntistas, que atingiu 16,3 milhões em dezembro, superando as nossas estimativas (15,9 milhões) e a expectativa da própria companhia, de 16 milhões. Os demais destaques positivos foram: i) forte crescimento no volume transacionado por cartões (R$ 14,2 bilhões, +22% T/T e +94% A/A), com melhora de mix, dada a maior participação do volume transacionado de cartões de crédito; ii) originação de crédito recorde (R$ 6,1 bilhões, +10,6% t/t e +69% a/a), impulsionada pela concessão de crédito para empresas; iii) crescimento de 229% A/A no número de clientes com produtos de seguros, que atingiu 838 mil em dezembro, representando uma penetração de 5,1% na base de clientes (vs. 4,9% no 3T21 e 3,0% no 4T20), e iv) evolução do banco de investimentos do Inter, que alcançou R$ 10 bi de emissões no ano, distribuídas em 27 ofertas, sendo 11 no último trimestre. Por outro lado, o ambiente mais volátil no mercado de capitais e um ambiente macroeconômico mais adverso resultaram num crescimento do número de investidores e de GMV no intershop abaixo das nossas expectativas. Em nossa visão, o Banco Inter vem apresentando bons números operacionais em todas as suas verticais de atuação e deve seguir essa trajetória em 2022, ainda que o ambiente macroeconômico seja mais desafiador. Na comparação com outros bancos focados em pessoas físicas, o Inter apresenta uma carteira de crédito conservadora, focada em linhas com garantia, como consignado e imobiliário, o que deve contribuir para uma maior estabilidade relativa em relação à inadimplência neste ano.