Há meses o mercado interno é pautado pela PEC dos Precatórios e ontem não foi diferente.
Enquanto as bolsas internacionais avançavam com a redução das preocupações com a nova variante Ômicron, o Ibovespa, que chegou a subir 1,7% durante a sessão, perdeu força e fechou em 0,65%.
É verdade que essa é a quarta alta consecutiva do principal índice da B3, contribuindo para que os primeiros dias de dezembro apresentem saldo positivo de 5,54%. Mas o resultado poderia ser melhor se não fosse a PEC dos Precatórios que, novamente, arrefeceu os ânimos dos investidores.
Dessa vez foi o impasse que a proposta de fatiamento da PEC causou entre deputados e senadores.
Mas, segundo declaração dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, após uma reunião feita ontem à noite, a questão está resolvida.
Ficou decidido que ainda hoje, os trechos do texto-base aprovados pelas duas casas serão promulgados. Entre esses itens estão a mudança no cálculo do teto de gastos, que abre um espaço fiscal de
R$ 62,2 bilhões em 2022, e o parcelamento das contribuições previdenciárias dos municípios.
Já as alterações estarão em um texto paralelo que será analisado na próxima terça-feira, 14. Entre elas estão o limite para o pagamento dos precatórios até 2026, e não mais até 2036 e a vinculação do recurso gerado pelo espaço fiscal para o Auxílio Brasil e despesas previdenciárias.
Se esse assunto estiver realmente sedimentado o mercado pode ter uma quarta-feira menos tensa, enquanto espera o fim da reunião do Copom e o anúncio, às 18h30, da nova taxa Selic.
Tudo indica que o Comitê de Política Monetária manterá a alta já anunciada na reunião de outubro, de 1,5 ponto percentual, elevando a taxa de 7,75% para 9,25%.
Com essa bola já cantada a atenção fica por conta de como será feito o anúncio. Ou seja: se serão dados sinais da política monetária para o próximo ano, gerando assim a previsibilidade que o mercado precisa, mesmo em cenários ruins.
Agora pela manhã, o IBGE anunciou as vendas do comércio varejista em outubro, que recuaram 0,1% em relação a setembro. Na comparação anual a queda foi de 7,1%.
A expectativa era de alta de 0,8% na base mensal e de baixa de 5,60% frente a outubro de 2020.
Estados Unidos, Europa e Ásia
Nos mercados internacionais o momento é positivo com o avanço dos estudos sobre a nova variante Ômicron. Percebe-se, cada vez mais, que apesar de mais contagiosa seus efeitos são mais amenos, não devendo provocar consequências tão devastadoras quanto as imaginadas.
Além disso, notícias recentes, a serem confirmadas, anunciam que as três doses da vacina da Pfizer oferecem proteção contra a variante.
Sendo assim, os índices futuros americanos vivem mais um dia de alta nesta quarta-feira.
Existem pontos delicados que os investidores americanos estão de olho, como a resposta que o Banco Central dará para combater a elevação dos preços e o aumento da tensão geopolítica, com o alerta do presidente Joe Biden ao presidente russo, Vladimir Putin, de que medidas fortes serão tomadas se a Ucrânia for invadida, mesmo assim o viés do mercado é positivo.
Esse é também o sentimento no mercado Asiático, que reduz as preocupações com o Ômicron, enquanto repercute as medidas das autoridades chinesas para limitar os problemas do mercado imobiliário, evitando que ele não contamine outros setores da economia.
Nesta quarta-feira, todos os principais índices asiáticos fecharam em alta, com destaque para o Nikkei, do Japão, com elevação de 1,42%, e o Shanghai, na China, que avançou 1,18%.
Já os mais relevantes mercados europeus operam de forma mista, mas muito próximos da estabilidade.
Últimas Corporativas
Cosan
A Cosan pagará R$ 700 milhões em dividendos intercalares, o equivalente a R$ 0,3746 por ação ordinária, provento, segundo a companhia, referente ao balanço encerrado em 30 de setembro.
O pagamento será em 28 de dezembro aos acionistas posicionados no dia 14.
BRF
Em fato relevante divulgado na última terça-feira, 7, a BRF estimou que a receita no período de 2021 a 2024 será de R$ 65 bilhões.
O valor é o mesmo projetado em dezembro do ano passado para o período entre 2021 e 2023.
Eletrobras
O Tribunal de Contas da União realiza hoje a última sessão do ano. Na pauta, a primeira análise sobre a privatização da Eletrobras, que foi dividida em duas etapas.
A primeira de valuation, pautada para a sessão de hoje, e a segunda com o modelo de edital da operação.
O governo pretende concluir a desestatização no primeiro semestre de 2022.
One More
A apresentadora de TV Sabrina Sato é a nova sócia da foodtech de bebidas gaseificadas One More, que faz parte do projeto de incubadora de startups da Bauducco e atualmente detém 20% da companhia de bebidas.
O valor do investimento não foi divulgado, mas sabe-se que ela será a embaixadora da marca em suas campanhas publicitárias.