Três assuntos devem estar na pauta dos investidores nesta quarta-feira.
O primeiro deles é a inflação. Agora pela manhã o IBGE divulgou o IPCA de outubro, que subiu 1,25% em relação a setembro.
Assim, o indicador acumula alta de 8,24% no ano e 10,67% nos últimos 12 meses.
A expectativa era de alta de 1,05% frente a setembro e 10,45% na comparação com outubro de 2020.
Outro ponto de atenção, sem dúvida, é como será a repercussão do mercado quanto à aprovação, em segundo turno, da PEC dos Precatórios pela Câmara dos Deputados.
O texto-base segue agora para o Senado, lugar onde alguns analistas acreditam ser mais complexa a sua aprovação. Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, já sinalizou que não criará empecilhos para a tramitação da matéria, mas que não garante que o texto final saia como entrou.
No mesmo momento em que os deputados decidiam sobre a PEC, o Supremo Tribunal Federal formava maioria a favor da liminar de Rosa Weber, que suspende a execução das emendas do relator.
Muita água deve rolar por baixo dessa ponte, mas, aparentemente, a decisão da Câmara de ontem vai ao encontro do que o mercado pensa sobre o assunto. Ou seja: mesmo não sendo a situação ideal na atual crise fiscal, é melhor ter uma PEC que abre um buraco no teto de gastos, mas com determinados parâmetros, do que apenas um rombo no orçamento que certamente viria, sabe-se lá como.
Por fim, vale destacar a temporada de divulgação de balanços do terceiro trimestre que continua forte nesta semana, apesar de toda a pauta política abafar a sua relevância. Empresas importantes e de segmentos diferentes estão anunciando bons resultados que valem ser acompanhados.
Voltando à inflação, ela também é a bola da vez no cenário internacional.
Ainda pela manhã será conhecido o Índice de Preços ao Consumidor nos Estados Unidos relativo a outubro. A expectativa é que ele aponte alta de 0,6% na comparação mensal, o que pode representar o maior avanço em 30 anos.
Ontem foi conhecido o Índice de Preços ao Produtor que também apresentou elevação de 0,6%, como estimava o consenso da Dow Jones.
Na China, o Índice de Preços ao Consumidor divulgado nesta quarta-feira, 10, apresentou alta de 1,5% em outubro na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já o Índice de Preços ao Produtor atingiu em outubro sua maior alta em 26 anos, avançando 13,5% na comparação anual.
Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em queda, com exceção de Hong Kong, que viu o índice Hang Seng subir 0,74% nesta quarta.
Já os futuros americanos e os principais mercados da Europa mantêm pequenas variações entre o positivo e o negativo.
Balanços 3T21:
1. Com 17,5% de crescimento em relação ao terceiro trimestre de 2020, a MRV&Co apresentou seu balanço do 3T21 com lucro líquido de R$ 165 milhões.
O balanço sofreu impacto negativo de R$ 65,5 milhões no quesito despesas financeiras, originárias de recompra de ações via derivados, R$ 40,4 milhões, e swap em contratos de dívidas, R$ 25,1 milhões.
A principal fonte de lucro foi a AHS, braço da companhia que faz locação residencial nos Estados Unidos, que gerou R$ 100 milhões, seguida por MRV, R$ 58,3 milhões, e Urba, R$ 7,2 milhões.
2. A Mitre Realty apresentou queda de 76,7% em seu lucro líquido no terceiro trimestre deste ano na comparação anual, chegando a R$ 5,4 milhões. Isso, mesmo com a receita crescendo 7,5%, somando R$ 154,1 milhões.
A companhia justifica o resultado apontando perda contábil registrada em uma operação de swap e despesas comerciais para a preparação de lançamentos.
Até o fim de outubro a Mitre lançou R$ 1 bilhão em projetos, avaliando que irá cumprir a meta de lançar entre R$ 1,5 bilhão a
R$ 2 bilhões em empreendimentos imobiliários neste ano, mesmo com a piora do cenário macroeconômico.
3. A operadora de shoppings Iguatemi, apresentou prejuízo líquido de R$ 57,9 milhões no terceiro trimestre de 2021, revertendo o lucro de R$ 61,5 milhões que obteve no mesmo período de 2020.
O motivo da reversão de resultado foi a queda das ações da Infracommerce, empresa em que a Iguatemi detém participação, não tendo assim, nenhuma relação direta com as operações do Iguatemi em si.
4. Com lucro líquido de R$ 66,6 milhões no terceiro trimestre deste ano, a Santos Brasil Participações reverte prejuízo de R$ 5,45 milhões que obteve no mesmo período de 2020.
O Ebitda da companhia totalizou R$ 152 milhões no mesmo intervalo, alta de 205,8% na comparação anual.
5. Também revertendo prejuízo registrado no terceiro trimestre do ano passado, a Braskem trouxe a público lucro líquido de R$ 3,537 bilhões no 3T21. O resultado no mesmo período do ano anterior tinha sido de R$ 1,413 bilhão, negativo.
Mesmo assim, o desempenho ficou 52% aquém do atingido no segundo trimestre deste ano. Ao totalizar os nove primeiros meses de 2021, o lucro líquido da companhia chegou a R$ 13,455 bilhões.
6. A Localiza comunicou lucro líquido de R$ 671,4 milhões no terceiro trimestre de 2021, equivalente a 106,3% a mais que igual período de 2020.
Já a receita líquida da locadora de veículos apresentou queda de 9,6% na comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a R$ 2,77 bilhões.
7. Praticamente sem alteração de um ano para o outro, a Raia Drogasil anunciou lucro líquido ajustado de R$ 173,6 milhões no terceiro trimestre deste ano, apenas 0,40% acima do registrado no mesmo intervalo de 2020.
Na comparação anual, a receita líquida de vendas e serviços cresceu 21%, indo de R$ 5,093 bilhões para R$ 6,164 bilhões.
8. As vendas brutas do Atacadão somaram R$ 15,5 bilhões no terceiro trimestre de 2021, alta de 14,3% na comparação anual.
9. Já o Carrefour, viu o lucro líquido do terceiro trimestre cair 18%, chegando a R$ 621 milhões.
O Ebitda ajustado, por sua vez, foi de R$ 1,4 bilhão, alta de 10,9% comparado ao resultado de um ano atrás.
As vendas totais do grupo somaram R$ 20,7 bilhões.
Últimas Corporativas:
C&A Pay
Após concluir negociações com o Bradesco, a C&A passará a oferecer produtos e serviços financeiros, até então exclusivos do banco.
O novo produto, chamado de C&A Pay, deve ser lançado no próximo mês. Segundo a companhia, sua grande vantagem é a integração com o programa de relacionamento da C&A, que tem mais de 18 milhões de clientes registrados.
Qualicorp
A Qualicorp conclui a aquisição de 100% do capital social do Grupo Elo Benefícios e da APM, Assessoria Comercial e Corretora de Seguros. O valor da negociação foi de R$ 129,5 milhões.